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domingo, 22 de dezembro de 2024

Governo do RJ ameaça despejar 800 famílias no Jacarezinho

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DEPSEJO. Famílias serão removidas de suas casas à força (Foto: EBC)

Governador Cláudio Castro (PL) anunciou que o programa “Cidade Integrada” irá despejar 800 famílias do Jacarezinho. 

Redação Rio


RIO DE JANEIRO Cerca de 800 famílias moradoras da favela do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, devem ser removidas da comunidade no segundo semestre deste ano. O plano faz parte do “Cidade Integrada”, projeto que visa a ocupação militar das periferias cariocas.

De acordo com o governador Cláudio Castro (PL), o despejo das famílias é necessário para evitar proliferação de doenças na comunidade. “As pessoas não podem abrir a janela, que entram vetores de doenças”, disse.

Entretanto, o governador não explicou porque sua gestão não investiu até agora um centavo sequer em obras de saneamento na comunidade, prevenção de acidentes e construção de postos de saúde para evitar essas doenças. 

Agora, ao anunciar obras de infraestrutura na favela, o governo informa aos moradores que parte deles terão que sair à força do local, deixando para trás anos de história e convivência em comunidade. Uma verdadeira higienização social.

“Quem é de fora não tem noção das coisas da favela”, afirmam moradores (Foto: BBC)

STF proibiu despejos durante a pandemia

O despejo anunciado das 800 famílias, além de representar um ataque contra os moradores do Jacarezinho, é ilegal. Em dezembro do ano passado, o STF decretou o trancamento das ações de despejo durante a pandemia. Porém, a proibição de despejos e reintegrações de posse contra famílias vulneráveis durante a pandemia de covid-19 não está sendo cumprida.

O Jacarezinho não aguenta mais tanta violência e repressão. Nas redes sociais, os moradores denunciam a atuação da polícia na favela: “Quem é de fora não tem noção das coisas da favela. A violência do Estado começa muito antes do primeiro policial apontar a entrada. Ontem, às 17h, já tinha boato de ocupação no Jacarezinho e a cabeça do morador fica como? Monitorando grupos, coração apertado, avisando parentes”, disse uma moradora.

Hoje, quando os moradores da periferia são ameaçados pela pandemia, pela fome, a inflação e o desemprego, a resposta do Estado é invadir as comunidades pobres e expulsar centenas de famílias.

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