Segundo relatório anual lançado nesta quinta-feira (12) pelo Instituto Fogo Cruzado houve 4.653 tiroteios na Região Metropolitana do Rio de Janeiro em 2021.
Redação Rio
RIO DE JANEIRO – A pesquisa foi realizada pelo Fogo Cruzado, que produz e divulga dados sobre violência armada. O instituto recebe e disponibiliza informações sobre tiroteios, checadas em tempo real, que estão no único banco de dados aberto sobre violência armada da América Latina.
De acordo com o relatório, ao todo, 2.098 pessoas foram baleadas apenas no ano passado. Houve, em média, 13 tiroteios por dia no Rio de Janeiro, e cinco baleados a cada 24 horas.
Mesmo com a ADPF 635, que estabelece que não sejam realizadas operações policiais em favelas durante a epidemia da Covid-19, salvo em hipóteses absolutamente excepcionais, a maior parte desses tiroteios que resultaram em mortes ocorreram em ações policiais.
Em maio, também houve recorde histórico de mortos em uma operação policial. 28 pessoas foram mortas no Jacarezinho, na operação criminosa mais letal do Rio de Janeiro. A Chacina do Jacarezinho foi mais um episódio de violência policial com inúmeras violações dos direitos humanos.
Violência policial atinge principalmente os bairros pobres
Segundo o mesmo relatório, 17 crianças e 43 adolescentes foram baleados na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Entre eles, quatro crianças, que foram atingidas em um período inferior a 10 dias, e 15 adolescentes morreram por violência policial. Em 2020, foram 22 crianças e 40 adolescentes baleados no Grande Rio.
A violência policial mostra que os pobres estão entre os que mais sofrem em nossa sociedade: a Zona Norte da capital foi a região mais impactada pela violência armada, com 30% do total dos tiroteios. Junto com a Baixada Fluminense concentraram mais tiroteios do que a Zona Sul, Centro e Zona Oeste juntos.
A verdade é que as classes dominantes sempre usaram a polícia como um instrumento de dominação, baseado na violência contra os mais. Por tudo isso, é urgente pôr fim à repressão armada contra o povo. Assim, para vencer essa guerra, os trabalhadores precisam realizar uma revolução política e por fim a esse sistema que os massacra diariamente.