81 anos da morte da revolucionária Krupskaia

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HERÓIS DO POVO – A líder revolucionária Nadejda Krupskaia com Soldados Vermelhos durante o período de Guerra Civil Russa, em 1920 (Foto: Reprodução/Jornal A Verdade).

Recordar é viver, é lembrar, é manter viva não só uma memória afetiva, mas também ideais. Lembrar de uma mulher revolucionária é sermos motivados a construir com força e lutar por um mundo melhor. Viva a revolucionária Krupskaia!

Ana Carolina Sales e Gabriela Mariotto

Nadejda Konstantínovna Krupskaia (1869-1939), foi uma mulher russa, revolucionária e  um grande quadro a compor as fileiras do Partido Comunista Bolchevique da União Soviética. Lembrar sua história é manter vivo seus ideais, e principalmente, nos fazer pensar a condição educacional e trabalhista no Brasil contemporâneo.

Uma mulher revolucionária, que propunha uma emancipação feminina, mas também educacional. Krupskaia é responsável por um sistema de educação soviético, e também, consequentemente, precursora da instituição de bibliotecas em território russo. Seu legado é marcado pela luta de igualdade de gênero no trabalho doméstico e público, tanto quanto buscou defender o que acreditava, como condições melhores de trabalho do operariado, emancipação feminina, com acesso a estudo de qualidade, luta conjunta e relações familiares saudáveis e justas.

Durante a revolução Russa, Krupskaia teorizou e construiu a Pedagogia Socialista que teve como foco uma educação com novas metodologias de ensino, percorrendo a transição para o socialismo era importante desenvolver profundamente uma nova escola e enterrar de vez a maquina de “ensino” capitalista, que é fundamentada pelo autoritarismo na figura do professor, cultivando o individualismo e a competição entre os alunos, sobretudo no sistema de avaliação de notas que não leva em conta a diversidade no processo de aprendizagem. Krupskaia dava ênfase que a escola possibilita influenciar sistemática e organizadamente a visão de mundo da juventude, e ressalta que aquele que possui a condução da escola em suas mãos, certamente vai influenciá-la na direção que deseja.

Como comissária do Povo na Educação, ela propôs 5 exigências democráticas para a escola: 1) Educação geral, gratuita e obrigatória para todas as crianças de ambos os sexos; 2) Escola laica; 3) Organização democrática e não burocrática do trabalho escolar; 4) Garantia plena de liberdade de opinião e direito de associação dos professores; 5) Direito da população de receber educação em sua língua nativa, sem qualquer tipo de privilégio para qualquer língua.

Diante disso, temos a certeza que a pedagogia socialista é a única que garantirá a educação da geração futura, pois a sua principal tarefa é formar os filhos e as filhas da classe trabalhadora para o seu pleno desenvolvimento, que hoje a classe dominante só oferece para os seus filhos como na situação atual do Brasil. Com o descaso da educação e aprovação do devastador novo ensino médio, as condições trabalhistas cada vez mais precárias, o desemprego aumentado a cada dia e uma população que está passando fome constantemente com os alimentos básicos cada vez mais caros, podemos perceber que as propostas e ideais de Krupskaia precisam ser lembradas e levadas adiante cada vez mais, apontando para uma nova sociedade, com novas relações de educação, produção e família sem exploração.

Cada uma dessas questões teve seu devido destaque, de acordo com sua importância, por essa incrível pedagoga, em um momento que seu povo passava fome e sofria as consequências da primeira guerra mundial. Operários e camponeses produziam muito e se viam em condições deploráveis, principalmente quando falamos em relação às condições das mulheres, o que mostra a atualidade de seu contexto.

Krúpskaia esteve sempre em atividade pública, ao lado de seus companheiros e valorizando questões extremamente pertinentes. Mesmo após 81 anos do seu falecimento, seus escritos, ideais e conquistas continuam marcando o coração de cada revolucionário e revolucionária que esteja pronto para lutar por um mundo melhor.