Alunos das redes federais de ensino do Rio de Janeiro organizaram protestos reivindicando o retorno às aulas presenciais.
Allyce Gabrielle e Redação Rio
Rio de Janeiro
JUVENTUDE – Na manhã da última segunda-feira (7), estudantes do Colégio Pedro II e do CEFET-RJ realizaram manifestações no Rio de Janeiro pelo retorno às aulas presenciais, após dois anos de pandemia.
Os atos ocorreram simultaneamente no Colégio Pedro II do Humaitá, Niterói e Centro, e no CEFET-RJ Maracanã. Participaram das manifestações a AERJ (Associação dos Estudantes Secundaristas do Rio de Janeiro) e a FENET (Federação Nacional dos Estudantes em Ensino Técnico). Os alunos também cobravam o retorno do passe-livre, dos programas de assistência estudantil e a garantia de que esse retorno fosse realizado de maneira segura, respeitando todas as medidas sanitárias de proteção contra a Covid-19.
Voltar às aulas presenciais é uma atitude antifascista
Por mais que o comércio, transporte e outras atividades prejudicadas pela pandemia tenham voltado, as escolas e universidades ainda se encontram fechadas e os alunos estão há mais de dois anos sem ter aulas presenciais. Com professores e alunos vacinados, os estudantes denunciam que o fechamento das instituições de ensino não passa de um projeto do governo Bolsonaro para destruir a educação, desviando suas verbas para os banqueiros e o Centrão, e facilitar seus planos golpistas.
Com as escolas fechadas, Bolsonaro e os militares se fortalecem, pois sabem que os estudantes, a educação pública e a comunidade acadêmica sempre foram um de seus principais inimigos.
De fato, foi o movimento estudantil que puxou o Tsunami da Educação, em 2019, fortaleceu as manifestações pelo Fora Bolsonaro, em 2021, e representa um dos setores mais importantes da luta contra o governo genocida.
Logo, reabrir escolas e universidades com segurança, além de democratizar o acesso à educação, é uma atitude antifascista.
Repressão não intimidará estudantes
No ato realizado em frente ao CEFET/RJ, no bairro do Maracanã, após os estudantes adentrarem na instituição, um dos seguranças sacou uma arma contra os manifestantes, que apenas estavam lutando pela garantia do seu direito de estudar presencialmente.
“Assim que entramos, o segurança, ao invés de deixar os estudantes apresentarem suas reivindicações, puxou uma arma contra nós. É isso que fazem com aqueles que querem exigir educação de qualidade”, disse Ruan Vidal, presidente da AERJ.
Após muita pressão do movimento estudantil na entrada da instituição, o atual reitor, Maurício Motta, recebeu algumas representações presentes no ato para uma reunião, onde afirmou que as atividades práticas e laboratoriais iriam iniciar a partir do dia 16/02.
Os estudantes ainda seguiram para a Cinelândia, onde realizaram um ato unificado, cobrando o retorno presencial do Colégio Pedro II e a garantia da proteção e do passe-livre de todos os estudantes da rede federal. O ato terminou na sede do Ministério Público do Rio de Janeiro.
A verdade é que os estudantes estão cansados de ter seus direitos retirados. Grande parte teve que abandonar a escola para entrar no mercado de trabalho e ter como colocar comida na mesa. A crise destrói os sonhos da juventude, enquanto serve de fonte de lucros para os super ricos.
Essa situação precisa mudar. Os estudantes continuarão lutando para que as aulas presenciais voltem o quanto antes. Novas manifestações estão sendo programadas para os próximos dias até que a pauta do movimento seja atendida.