A luta pelas obras no Departamento de Arte e Mídia da UFCG
Guilherme Queiroz | Campina Grande
O prédio do Departamento de Arte e Mídia (DART), que abriga os cursos de Arte e Mídia e de Comunicação Social da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), teve suas obras iniciadas em 2013. Documentos de 2015 da UFCG mostram uma obra chamada “Conclusão do Dart” com um orçamento de R$ 1.694.455,33. Por mais que o documento indicasse a finalização das obras para 2016, o prédio só foi entregue no fim de 2019 e incompleto.
O Centro Acadêmico de Arte e Mídia (CAARMI) realizou, no fim de 2021, uma visita ao prédio para verificar a situação. Mesmo tendo 4 andares, o prédio não conta com elevador, comprometendo completamente a acessibilidade de estudantes e trabalhadores PDCs ou com mobilidade reduzida. Fora isso, a falta de equipamentos, mobília, concertos na bomba e na caixa d’água e a finalização dos estúdios torna impossível o processo de ensino e aprendizagem.
Frente a essa situação de descaso, a gestão do CAARMI convocou, com muitas passagens em sala, uma plenária de estudantes dos dois cursos, que contou com ampla participação. Foi encaminhado o envio das demandas de obra para as coordenações, que prontamente se mobilizaram e conseguiram uma visita ao prédio junto à Prefeitura Universitária. A partir dessa visita, foram abertos 7 processos de obra e a promessa de retomada do processo relativo ao elevador.
Porém, mais de duas semanas depois da visita, não havia sinais de mudança quanto aos processos. O CAARMI novamente mobilizou mais uma plenária entre os dois cursos para debater como pressionar a UFCG pelas obras.
A partir dos encaminhamentos da plenária e com intensa mobilização do Centro Acadêmico (com apoio do Movimento Correnteza), em uma semana foram recolhidas 138 assinaturas em um abaixo-assinado pelas obras, foi realizada uma grande mobilização online de envio de e-mails para a Reitoria e a Prefeitura Universitária e um ato presencial com a entrega do abaixo-assinado na UFCG.
Só conquista quem luta!
Ainda na primeira semana, a luta puxada pelo CAARMI conseguiu sua primeira vitória. Com a mobilização foi descoberto que todos os processos de obra haviam sido protocolados de forma incorreta, fazendo com que nem a reitoria ou a prefeitura estivessem sequer cientes de sua existência.
Pressionado pela intensa cobrança estudantil, o Gabinete da Reitoria procurou os processos, encontrou os erros e a Coordenação de Arte e Mídia pressionou o Centro de Humanidades para reenviar os processos de forma correta. Dessa forma, os processos puderam ser devidamente encaminhados para a Prefeitura Universitária, que é responsável pela execução das obras.
A postura do DCE-UFCG
Durante todo esse processo, o DCE da UFCG, hoje dirigido pelo Levante Popular da Juventude, não se esforçou para ajudar com a luta das e dos estudantes. Embora soubesse sobre a mobilização pelas obras no prédio desde o primeiro momento, o DCE-UFCG não participou das plenárias ou do ato presencial, reduzindo sua participação ao compartilhamento de stories.
Esse descompromisso com a luta estudantil não é de hoje: tanto na luta em defesa do PIBID e da RP, como na luta pelo passaporte vacinal, o comportamento do DCE-UFCG não foi o de mobilizar estudantes e Centros Acadêmicos para lutar. Ao invés disso, foram feitas lutas isoladas e/ou restritas a espaços burocráticos da UFCG que só contavam com membros do DCE e/ou Levante Popular.
A luta pelo DART tem que continuar!
Embora a campanha pelo Dart Pronto Já! tenha avançado, as e os estudantes já demonstram que não vão se contentar apenas com processos de obras no sistema! Com o retorno presencial no próximo período que se inicia em Maio, o processo de luta pelas obras deve se intensificar até que tudo seja concluído.
A União da Juventude Rebelião (UJR) e o Movimento Correnteza seguirão apoiando a luta das e dos estudantes de Arte e Mídia e de Comunicação Social pela conclusão da obra que já se estende por nove anos.
Guilherme Queiroz, militante da UJR e presidente do CAARMI