Prefeituras da região metropolitana de SP aumentam tarifa do ônibus

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Empresas avisam na véspera de feriado sobre aumento da passagem.

O Consórcio Intermunicipal da Região Oeste Metropolitana de São Paulo (CIOeste), que atualmente está sendo presidido pelo prefeito de Osasco, Rogério Lins aumentou a passagem de ônibus nas vésperas do feriado de Tiradentes, sem debater ou avisar com antecedência a população. A tarifa de R$4,50 passará a ser de R$5,00.

Núcleo UP de Osasco


SÃO PAULO – Neste último dia 21, passou a valer o aumento das passagens de ônibus municipais nas várias cidades da região metropolitana de São Paulo, são elas: Araçariguama, Barueri, Cajamar, Carapicuíba, Cotia, Itapevi, Jandira, Osasco, Pirapora do Bom Jesus, Santana de Parnaíba, São Roque e Vargem Grande Paulista. O valor de R$4,50 passará a ser de R$5,00. Além disso, a meia tarifa para estudantes permanecerá, mas apenas em períodos letivos, com cota mensal por usuário.

Desde o dia 12, as concessionárias de ônibus da região já ameaçavam parar caso não houvesse subsídio do Governo Federal para custear os recentes aumentos do combustível. Contudo, Bolsonaro e o resto de seu governo não aceitaram o pedido de subsídio, preferindo deixar a população nessa situação provocada pelo seu próprio governo. O preço do combustível tem sofrido aumentos constantes há meses durante o governo fascista de Jair Bolsonaro mas que já vinham do mandato de Michel Temer, como consequência da privatização e venda da Petrobrás a serviço dos grandes monopólios nacionais e internacionais.

Essa determinação combinada de aumento da tarifa começa a vigorar durante o feriado de Tiradentes. O que deixa claro a intenção de se manter discrição como forma de tentar evitar a revolta e indignação do povo que já sofre tanto com a carestia. Alguns depoimentos mostram a ingrata surpresa que o povo da região foi submetido:

“Eles tiraram o passe gratuito para idoso acima de 60 anos do trem no meio da pandemia e agora estão aumentando a passagem do ônibus. Querem que fiquemos preso, sem a possibilidade de ir e vir aqui da periferia.” – Inácio Santana, 64 anos, morador de Jandira, região metropolitana de São Paulo.

“Fiquei sabendo ontem também, e na prática, ainda reduziram drasticamente o horário de funcionamento dos ônibus. Para o meu bairro, os ônibus pararam de sair do terminal em direção a ele a partir das 23h20. E muita gente ficou sem ônibus ontem no terminal. Nem avisaram das mudanças.”- João Souza, 29 anos, morador de Barueri, região metropolitana de São Paulo.

Importante também ressaltar o caráter antidemocrático dessa medida de aumento da tarifa feita por decreto dos prefeitos da região do dia para a noite, sem a consulta da população, nem a consulta dos vereadores. Dando um susto no trabalhador que muitas vezes vai ficar sem poder ir e vir e que nem teve o direito de ser avisado a tempo de se preparar para o aumento.

Todas as cidades citadas nesta matéria, fazem parte do Consórcio Intermunicipal da Região Oeste Metropolitana de São Paulo (CIOeste), que atualmente está sendo presidido pelo prefeito de Osasco, Rogério Lins. Fica evidente que os prefeitos da região compactuam com essa política de servir e priorizar os interesses da grande burguesia ao invés da população. Rogério Lins, já está na prefeitura desde 2016 e desde de sua posse tem vendido cada vez mais a cidade para donos de grandes empresas, especialmente as de serviço. Companhias como a Uber, 99, iFood, Mercado Livre, Havan, Dafiti e Rappi já tem filial ou mantém sede no município. Enquanto isso, o povo tem que pagar mais caro para continuar usando transporte público lotado e sem nenhuma  perspectiva de melhora. Por isso é importante organizar os trabalhadores para lutar contra esses aumentos, mas também para mudar uma nova política no transporte público, priorizando o acesso à cidade de todos e todas.