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sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Privataria tucana quer acabar com o futebol em Santo André

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Seguindo o exemplo do governador do estado de São Paulo, João Dória (PSDB), e se espelhando no plano de governo do fascista Jair Bolsonaro (PL) que prevê a privatização de tudo o que for possível, para atender aos interesses dos banqueiros e grandes capitalistas. O prefeito de Santo André (SP), Paulinho Serra (PSBD), busca entregar o estádio do município, Bruno Daniel, à iniciativa privada afastando-o completamente de seus princípios de fomento ao esporte, cultura e lazer.

Reinilson Câmara


SANTO ANDRÉ –O Estádio Municipal Bruno José Daniel, popularmente conhecido como Brunão, foi inaugurado em 1969 para fomentar o esporte e incentivar a prática esportiva da população. Sendo praticado no local esportes como: futebol amador, futebol profissional, atletismo, boxe e rugby. Desde então, o estádio é a casa do Esporte Clube Santo André, conhecido como Ramalhão.

O futebol é o esporte mais popular do mundo, move milhões de torcedores e torcedoras, capazes de realizar os maiores sacrifícios para acompanhar seus clubes do coração. Infelizmente, no sistema capitalista os ricos transformam tudo em mercadoria buscando lucrar, com o futebol não é diferente.

Recentemente foi fundado um novo clube na cidade, o Santo André Futebol Clube, sendo uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Não se sabe quem está por trás do novo time da cidade, porém existe um grande apoio da prefeitura nos materiais de divulgação do clube.

Esse fato gerou um questionamento nos apaixonados por futebol da região: existem interesses pessoais e/ou políticos por trás da concessão do estádio? O estádio vai ficar para o time da SAF?

Outros pontos levantados pelos torcedores da região é o fato do prefeito Paulo Serra está afastando investidores do Esporte Clube Santo André, o Ramalhão. Ter atrasado a entregada do estádio em mais de 1 ano, somente após cobranças públicas. Acarretando prejuízos financeiros para o clube. Ariovaldo, morador da região do Brunão, denuncia ao jornal a verdade: “estão acabando com o Ramalhão. Daqui a pouco só vai existir o time da SAF em Santo André, tendo como dono o prefeito. Estão acabando com Ramalhão para ficarem com tudo, time e estádio, e lucrarem com nossa paixão pelo futebol da cidade.” “O futebol é do povo!” completa o morador.

Vale destacar que o estádio ficou em reforma entre 2012 a 2022, custando aproximadamente R$ 20 milhões de verba pública do município. Com a obra finalizada, depois de remodelado, com gramado sintético de primeira qualidade, o prefeito Paulo Serra (PSDB) pretende entregá-lo para a iniciativa privada de forma totalmente apressada. Por qual motivo? Por que tanto interesse em realizar a concessão logo após uma reforma milionária que levou anos para ficar pronta?

Protesto – Torcida do Ramalhão promete lutar contra a privatização do estádio (Foto: Reprodução/ Arquibancada Andreense).

Outra denúncia realizada pela população foi o fato da primeira-dama da cidade, atual pré-candidata a deputada estadual, Ana Carolina Barreto Serra, realizar no momento da reinauguração, um discurso no palanque armado no gramado, sendo que ela não participou em nada da obra.

Mobilizações, como o abaixo assinado promovido pela torcida organizada Arquibancada Andreense, que já possui mais de 300 assinaturas, apoio de demais torcidas organizadas e denúncia na tribuna livre da cidade feitas pelo vereador Ricardo Alvarez (PSOL). Têm sido realizadas para denunciar o absurdo dessa concessão, exigindo um debate amplo, público e contando principalmente com a participação da população de Santo André.

A arquibancada andreense disse em nota: “Nós, torcedores e torcedoras do Ramalhão, pedimos apoio da nossa cidade para a realização de um debate amplo, público e com possibilidade de participação da população de Santo André. Acreditamos que este seja o mínimo possível para entender as motivações para tal concessão, já que as informações sobre este processo são muito obscuras e desencontradas.”

O prefeito se negou a falar o assunto em live realizada nas redes sociais.

Com toda essa situação exposta, fica a pergunta: como um trabalhador, apaixonado por futebol, pode se apropriar desse esporte para que ele realmente sirva a população e não a meia dúzia de banqueiros e empresários donos das novas SAFs? A resposta não é fácil, pois o capitalismo transforma tudo à sua imagem e semelhança, inclusive o futebol.

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