Os interesses pelas privatizações não são os nossos interesses, do povo brasileiro, mas de uma minoria que explora a classe trabalhadora e financia políticos corruptos para acabar com o Estado.
Matheus Travassos
Rio de Janeiro
BRASIL – Empresas estatais são um patrimônio do povo brasileiro. Seu sucateamento é feito de forma proposital para que uma parcela ínfima da população, a burguesia, possa roubar o patrimônio público, com um discurso em defesa da privatização.
A privatização é prejudicial ao povo, basta ver o que o atual governo e a linha econômica de Paulo Guedes vêm defendendo. Ao contrário do que ouvimos e somos doutrinados a defender pela grande mídia corporativa, as Estatais geram lucro para nossa nação. Tomemos como exemplo os Correios: segundo o próprio governo (www.gov.br), no ano de 2020, a Estatal apresentou lucro líquido de R$ 1,53 bilhão – maior resultado nos últimos 10 anos. Fica claro, portanto, porque os donos de empresas privadas adorariam se apossar do aparato que os Correios possuem.
Ineficiência privada
Por outro lado, não passa de mito a tal “eficiência do setor privado”. No ano passado, o estado do Amapá sofreu com graves apagões e a empresa de luz que era responsável pela região era pública? Não! Mais: quem resolveu a completa falta de gestão da empresa privada foi a estatal Eletrobras, que também está na mira da privatização.
“O que acontece no Amapá pode acontecer em outros lugares. Bolsonaro vem dizendo que a Eletrobras não tem capacidade de investimento, e aposta na privatização, só que na hora em que acontece um acidente como este são os técnicos da Eletrobras que são convocados para prestarem socorro à empresa internacional porque ela não tem capacidade para resolver o problema”, denuncia Wellington Diniz, diretor do Sindicato dos Urbanitários do Maranhão (STIU/MA).
Outro caso emblemático é o da Petrobras. Percebemos todos os dias no bolso que a privatização da companhia faz mal ao Brasil. A venda de nossas refinarias é um processo que já está acontecendo, e a subida de preços se deve à PPI (Preço de Paridade de Importação), que varia conforme o valor do barril de petróleo no mercado internacional e as oscilações do dólar e dos custos de importação, o que faz com que os reajustes sejam frequentes e abusivos.
Essa política vem sendo praticada na empresa desde 2016, ainda no governo Temer (aquele mesmo, do jantar de velhos brancos ricos e risonhos com a atual situação do país). Desde então, o gás já subiu 130%, a gasolina mais de 60%, o diesel mais de 43%.
Uma das consequências do aumento nos preços dos combustíveis é que os carrinhos de compras dos brasileiros estão cada vez mais vazios e caros. Os produtos, para chegarem aos mercados e às nossas casas, precisam ser transportados, e esse transporte se dá majoritariamente, e quase totalmente, por automóveis. Enquanto a gente come caro – quando come –, gringo tá feliz refinando nosso petróleo.
Dessa forma, os interesses pelas privatizações não são os nossos interesses, do povo brasileiro, mas de uma minoria que explora a classe trabalhadora, financia políticos corruptos para acabar com o Estado, deixando-o à mercê de meia-dúzia podre de rica.
Por isso, nós devemos dizer não às privatizações de nossas empresas Estatais, não à privatização da Petrobras, Eletrobras e Correios, entre tantas outras que correm esse risco de cair nas mãos dos herdeiros dos barões escravocratas e imperialistas, que vivem do sucateamento e roubo de nossas riquezas.