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sábado, 12 de outubro de 2024

Delegacia da Mulher de Santo André encaminha vítimas de violência para Casa de Passagem Carolina de Jesus

“Fica na Casa Carolina, elas são ótimas, realizam um excelente trabalho lá”, indicou a delegada da Delegacia de Defesa da Mulher de Santo André. Após dias na rua, a mulher encaminhada pela DDM foi recebida na Casa Carolina: “Quando eu cheguei aqui eu senti uma paz que eu não sinto há semanas”, relata. A Casa Carolina Maria de Jesus, localizada em Santo André- SP, é mais uma das 9 casas do Movimento de Mulheres Olga Benario.

Larissa Mayumi e Yasmin Reis


Em uma noite, por volta das 18h, uma viatura da polícia civil com dois policiais levou à Casa Carolina uma mulher atendida pelo Centro de Referência Vem Maria, de Santo André e que depois passou pela delegacia da mulher (DDM). Para atender toda a região do ABC, que possui 2,8 milhões de pessoas, existem só duas Casas Abrigo. Estas casas possuem endereço sigiloso e realizam o abrigamento para mulheres vítimas de violência com ameaça de serem mortas por seus agressores. Como a situação do atendimento mencionado não tinha risco de vida, a mulher não foi encaminhada para a Casa Abrigo, passou pela delegacia e foi para a Casa Carolina.

“Fica na Casa Carolina, elas são ótimas, realizam um excelente trabalho lá”, indicou a delegada da Delegacia de Defesa da Mulher de Santo André. Após dias na rua, a mulher encaminhada pela DDM foi recebida na Casa Carolina: “Quando eu cheguei aqui eu senti uma paz que eu não sinto há semanas”, relata.

A Casa Carolina Maria de Jesus, localizada em Santo André- SP, é mais uma das 9 casas do Movimento de Mulheres Olga Benario. Todas as casas do Movimento possuem uma equipe técnica com profissionais voluntárias e funcionam pelo trabalho das militantes do movimento, além de se auto sustentarem. A Casa Carolina é a única casa de passagem da região do ABC, único serviço de abrigamento temporário para as vítimas de violência que não tem para onde ir e não correm risco iminente de vida, além de ser o único equipamento especializado no atendimento de mulheres vítimas de violência que funciona 24h, para a segunda maior região metropolitana de São Paulo: o ABC paulista, que hoje é composto por 7 cidades. 

“Faz muitos anos que lutamos por uma casas de passagem para a região, a maior parte dos casos que atendemos precisam ser encaminhados para esse serviço, participei de quase todas as audiências que tiveram no Consórcio sobre o tema”, afirma a delegada da DDM de Santo André, reafirmando a necessidade de uma casa de passagem para a região.

A casa de passagem nesse tempo, já atendeu dezenas de mulheres em situação de vulnerabilidade, podendo oferecer um tratamento psicológico, jurídico, de assistência social e abrigamento temporário para as vítimas a partir do trabalho voluntário de profissionais e de militantes organizadas no movimento.

Com aumento de 44,9% da violência contra a mulher no Brasil, assim como a ascensão de 11% nos casos de violação sexual apenas no ABC durante a pandemia, o Movimento de Mulheres Olga Benario construiu duas ocupações no mesmo dia, espaços de atendimento às vítimas de violência, uma das principais ferramentas contra o avanço da violência para o feminicídio. Além do atendimento às mulheres, as casas buscam fortalecer a rede de enfrentamento da violência, nos locais onde há rede e onde não há, articulando com os serviços e movimentos de mulheres para garantir o atendimento integrado e unidade na luta de enfrentamento à violência.

Percebe-se a necessidade da luta pela construção de mais políticas públicas de enfrentamento da violência contra as mulheres, uma vez que várias regiões apresentaram um grande aumento da violência e do feminicídio. Assim, as casas do Movimento de Mulheres Olga Benario são espaços que asseguram o direito das mulheres, um local no qual elas possam ser atendidas, além de organizarem mais mulheres na luta por uma sociedade que não seja baseada na exploração das mulheres, uma sociedade socialista.

É possível apoiar o Movimento pelo pix: [email protected]

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