Estudantes se mobilizaram neste mês contra a exoneração de diretores de escolas eleitos. Com a repercussão negativa, governo neoliberal de Romeu Zema foi obrigado a recuar.
Matheus Median
BELO HORIZONTE – No último dia 4, os estudantes da Escola Estadual Desembargador Rodrigues Campos e a Associação Metropolitana de Estudantes Secundaristas da Grande BH (AMES-BH) trancaram uma das principais avenidas de Belo Horizonte em defesa do diretor eleito pela comunidade. Virgílio Araújo foi exonerado no dia 30/06, junto com outros 6 diretores, pelo sistema falho de diário eletrônico implantado pelo governo Zema.
Além de eleito, o diretor é querido pela comunidade escolar. O que fica evidente nos apoios que vem recebendo de alunos, ex-alunos, pais e colegas, que ressaltam a preocupação do diretor com a escola e o futuro incerto da mesma, que sofre com propostas de medidas estruturais extremas como a própria demolição do prédio atual.
Não é a primeira vez que a secretária de educação de Zema exonera um diretor eleito. Além de não entrarem para as aulas da última segunda, e aos gritos de “Fora Zema, volta Virgílio!”, os alunos da escola trancaram as 3 faixas da Avenida Sinfrônio Brochado (uma das principais avenidas da regional Barreiro em Belo Horizonte).
O protesto durou mais de 3h na parte da manhã e teve grande repercussão, contando com atuação da imprensa e da PM. Os estudantes reorganizaram a paralisação e o fechamento da avenida nos turnos da tarde e da noite, além de mandarem representantes para os protestos do sindicato dos professores na superintendência regional de educação.
A mobilização estudantil forçou o governo recuar. 6 dos 7 diretores puderam reassumir, inclusive “Virjão”, diretor da EE Desembargador Rodrigues Campos.