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sexta-feira, 19 de abril de 2024

Comissão de Segurança Pública aprova anistia aos agentes do Massacre do Carandiru

Dois ex-policiais militares do ABC Paulista estão entre os que podem ser anistiados pelos crimes cometidos no Massacre do Carandiru.

Redação SP


SÃO PAULOOcorrido em outubro de 1992, o Massacre do Carandiru foi a maior chacina em presídios da história do Brasil e deixou 111 mortos. Próximo de completar 30 anos desse terrível episódio da violência policial do estado de São Paulo, tramita no Congresso Nacional o projeto de anistia aos policiais militares responsáveis pela ação do massacre.

A proposta é do Deputado Capitão Augusto (PL-SP) e foi relatada pelo Deputado Sargento Fahur (PSD), que deu parecer favorável. Ambos os Deputados são apoiadores da família Bolsonaro.

O projeto de anistia foi aprovado pela Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados e segue para análise da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania) e pelo plenário da Câmara Federal.

Dois ex-policiais do ABC Paulista de alta patente estão entre os que podem ser anistiados pelos crimes cometidos no massacre: o atual Secretário de Segurança Urbana da cidade de São Bernardo do Campo, Carlos Alberto dos Santos (MDB) e o ex-vereador de Santo André, Marcos Antônio de Medeiros (PSD). Ambos foram condenados há quase uma década pelo massacre.

Carlos Alberto era tenente-coronel da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), braço armado da Polícia Militar de São Paulo, e foi condenado por homicídio qualificado. Sua pena foi de 624 anos de prisão pela morte de 52 dos 78 presos do terceiro pavimento. Já Marcos Antônio era sargento e foi um dos policiais responsáveis pela morte de 15 detentos, sendo condenado a 156 anos de prisão.

Apesar dos graves crimes cometidos pelos policiais no massacre do Carandiru, apenas 1 dos 74 julgados e condenados à prisão está preso hoje. Todos os demais continuam em liberdade.

O ex-tenente-coronel Carlos Alberto ainda foi candidato a vereador na eleição de 2020 pelo (MDB) e não conseguiu se eleger na cidade. Mesmo com a derrota assumiu a Secretaria de Segurança Urbana de São Bernardo atendendo o convite do amigo prefeito Orlando Morando (PSDB), disposto a ter um parceiro de sua confiança para suas ações truculentas contra movimentos sociais, manifestações, batalhas de rap e no cotidiano da população nas favelas e bairros pobres da cidade.

O que se percebe, portanto, é como a impunidade dos torturadores e assassinos de ontem abre espaços para que mais crimes sejam cometidos por agentes da Polícia Militar. Os resquícios de ditadura permanecem presentes, hoje, nas ações da Polícia Militar do Estado de São Paulo que utiliza do aparelho bélico do Estado, sobre as ordens dos governantes, no controle de seu inimigo interno: o povo pobre trabalhador.

Basta de impunidade! É urgente a prisão dos agentes assassinos e torturadores de ontem e de hoje! Pela memória verdade e justiça no Brasil.

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