Patrões ameaçam demissões para forçar trabalhadores a votar em Bolsonaro

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Denúncias provam que donos de empresas estão obrigando trabalhadores a votar em Bolsonaro. Na Bahia, patrão forçou funcionárias a botar celular no sutiã na hora de votar. Fascismo utiliza todas as táticas golpistas para tentar vencer no 2º turno.

Felipe Annunziata | Redação Rio


BRASIL – Em mais uma movimentação golpista, empresários ligados ao movimento fascista de Bolsonaro vem se mobilizando para forçar trabalhadores de suas empresas a votar no presidente genocida. O TSE informou em um balanço que já somam 706 denúncias em todo país que apontam a prática de coação e assédio eleitoral.

De ontem (18) para hoje foram mais de 200 denúncias, segundo a Globo News. Na Bahia, um patrão obrigou funcionárias a botar celulares no sutiã para provar que votaram em Bolsonaro, segundo áudios de aplicativos vazados.

“Tinham cinco [funcionários que não concordavam], dois voltaram atrás. Das outras 10 que estavam ajudando na rua, todos tiveram que provar, filmaram nas eleições. Se vira, entrem com o celular no sutiã, que seja, vai filmar, se não, rua”, afirmou o empresário do oeste da Bahia. 

Segundo os mesmos áudios, o empresário estaria também ameaçando pequenos comerciantes da cidade de Formosa do Rio Preto (BA) caso não votassem em Bolsonaro. 

Denúncias são principalmente no Sul e Sudeste

A mobilização fascista para obrigar trabalhadores a votar em Bolsonaro, pelo que apontam as denúncias, se concentra principalmente no Sul e Sudeste. Estes estados concentram mais de 400 denúncias de assédio eleitoral.

O Ministério Público do Trabalho e o TSE montaram uma força tarefa para dar conta do aumento vertiginoso das denúncias. À medida que as eleições se aproximam e as falas de cunho pedófilo de Bolsonaro viralizaram nas redes sociais, a campanha fascista nas eleições ficou mais desesperada. 

Além da máquina de notícias falsas ampliada, o assédio religioso em igrejas evangélicas e a perseguição a cristãos antifascistas, Bolsonaro agora mobiliza setores da burguesia para obrigar trabalhadores a votar nele. 

Está evidente, pela quantidade de denúncias, que se trata de uma articulação nacional para forçar a classe trabalhadora a eleger o presidente fascista. As táticas de Bolsonaro mostram o desespero dos golpistas com o cenário de derrota eleitoral. O cenário nos últimos dias do segundo turno impõe uma necessidade de mobilização ampla nas ruas para combater o fascismo.