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quinta-feira, 25 de abril de 2024

72% dos brasileiros deixaram de comprar itens do dia a dia para pagar conta de luz

Entre os itens corriqueiros estão alimentos, vestuários e serviços em geral. Para 83% da população, a conta de luz passou a pesar mais no orçamento nos últimos 12 meses.

Carolina Matos
SÃO PAULO


BRASIL – De acordo com pesquisa feita pela Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), 72% dos brasileiros deixaram de comprar produtos que consumiam para conseguir pagar conta de luz. Entre os itens corriqueiros estão alimentos, vestuários e serviços em geral. A mesma pesquisa indica que energia elétrica foi um dos maiores gastos do mês para 67% dos entrevistados.

A pesquisa também apurou que para 83% da população a conta de energia elétrica passou a pesar mais no orçamento nos últimos 12 meses. Essa situação não poderia ser diferença, haja vista que o atual governo definitivamente dificultou a vida do trabalhador. Segundo apurado pelo IBGE, a renda média do brasileiro chegou ao seu menor nível em dez anos. Ao mesmo tempo, somente em 2022, o reajuste médio da tarifa de energia elétrica no país foi de 11,35%, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Maioria da população aponta que Bolsonaro é responsável pela alta do preço da conta de luz

Com a energia elétrica pressionando o orçamento familiar, 54% dos entrevistados entendem que o futuro ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é um dos principais culpados pela situação. Ainda segundo a pesquisa, 69% da população apontam o Congresso Nacional também como responsável pela alta.

Neste ano, inclusive, o governo Bolsonaro privatizou a Eletrobras, a maior empresa de energia elétrica da América Latina, que tem em seu parque gerador 48 usinas hidrelétricas, além de termelétricas e eólicas. A base governista no Congresso aprovou a Medida Provisória que permitiu a privatização e incluiu medidas dispendiosas e pouco sustentáveis ambientalmente, como a contratação de 6 megawatts de usinas termelétricas movidas a gás onde não há reservas nem estrutura. Tudo isso deve encarecer ainda mais o serviço ao consumidor e mudar regras do setor energético para favorecer interesses privados.

A geração e a distribuição de energia impactam diretamente nos preços de diversos produtos e serviços, podendo elevar a inflação. Por isso, com todo o setor nas mãos dos interesses privados, a população sai prejudicada tanto na hora de pagar a conta de luz quanto na ida ao mercado. Sendo o setor energético estratégico para um país, é preciso reverter todo o processo realizado pela administração entreguista de Bolsonaro. A manutenção e ampliação da oferta de energia, junto com a transição para uma matriz energética mais limpa, exigem o controle público do setor.

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