Presidente venezuelano denuncia capitalismo na Conferência do Clima da ONU, no Egito. Países explorados se unem para denunciar monopólios capitalistas.
Felipe Annunziata | Redação Rio
INTERNACIONAL – Em discurso realizado ontem (8), na cúpula do clima da ONU no Egito, o presidente venezuelano Nicolás Maduro denunciou o capitalismo e a desigualdade como os principais responsáveis pela crise climática mundial. A reunião anual de líderes mundiais e entidades da sociedade neste ano debate a aplicação do Acordo de Paris, assinado em 2015 e que prevê a redução da poluição e do desmatamento para evitar o desastre climático.
“O desequilíbrio e a crise ambiental criados na natureza são comparáveis às condições de desigualdade e injustiça que o capitalismo criou contra a humanidade. Um sistema que normaliza a exploração entre os seres humanos não tem condições éticas para respeitar outras formas de existência. O capitalismo vê recursos, onde outras culturas veem vida e o sagrado.”, afirmou Maduro na COP-27.
Países insulares explorados se unem para cobrar países imperialistas
A COP 27 assiste também a uma consolidação da posição dos países ameaçados pelo aumento do nível do mar. Neste ano representada pelo primeiro-ministro de Antígua e Barbuda, Gaston Browne, a Aliança dos Pequenos Estados Insulares denunciou as multinacionais petrolíferas na conferência.
Antígua e Barbuda, junto com outras nações caribenhas, assim como outros países insulares dos oceanos Pacífico e Índico estão ameaçadas de extinção por causa do aumento do nível do mar. O aumento é causado pelo derretimento das calotas polares consequentes do aumento da poluição da atmosfera com gases do efeito estufa, patrocinado principalmente pelas grandes multinacionais do petróleo.
“A indústria de petróleo e gás continua a ganhar quase US$ 3 bilhões diariamente em lucros. Já é hora de essas empresas pagarem um imposto global de carbono sobre seus lucros como fonte de financiamento para perdas e danos. Produtores perdulários de combustíveis fósseis se beneficiaram de lucros extorsivos às custas da civilização humana. Enquanto eles estão lucrando, o planeta está queimando”, afirmou Browne ontem (8).
COP-27 não aponta soluções para a crise ambiental mundial
Assim como nos anos anteriores, a conferência do clima da ONU mais uma vez não aponta nenhuma solução concreta para a crise ambiental. Se posicionando como defensora dos interesses de países imperialistas, a ONU hoje se encontra incapacitada de tomar qualquer medida contra o aquecimento global.
Hoje, o mundo já vive com grandes desastres naturais causadas pela ação dos capitalistas na natureza. Milhões de espécies marítimas e terrestres estão ameaçadas de extinção. Cidades, regiões e países inteiros correm o risco de desaparecer do mapa por conta da ganância do Capital.
É dessa conjuntura que se justifica a posição dos países explorados pelo imperialismo. O capitalismo está conduzindo o mundo ao caos climático e as sucessivas conferências mundiais e resoluções da ONU não irão resolver o problema se não atacar a raiz dele: o sistema capitalista.