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quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

Moradores de Macaé (RJ) realizam manifestação contra alagamentos constantes

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Após uma noite de chuvas intensas, moradores acordaram e se depararam com móveis e eletrodomésticos destruídos,  e ao saírem de casa, estavam ilhados em sua própria rua. Os moradores do bairro denunciam que esse problema é recorrente e reclamam que precisam sair  para trabalhar com água batendo no joelho, correm risco de prejuízo à saúde e perdem seus pertences.

Joyce Melo e Ester Félix | Macaé – RJ


LUTA POPULAR – Desde a eleição do prefeito Welberth Rezende (Cidadania), em Macaé, em 2021, a cidade conhecida por seu turismo e indústria do petróleo tem passado por diversas obras públicas. Mas, a realidade é que os bairros mais afastados do centro da cidade ainda seguem com pouca ou nenhuma estrutura sanitária, social e de segurança. 

O governo Federal do fascista Jair Bolsonaro (PL) propôs um corte de até 99% nos recursos voltados para obras emergenciais, redução e mitigação de desastres naturais. Esse corte faz parte da proposta de Orçamento para o próximo ano, 2023, que foi enviada ao Congresso Nacional. 

Tudo isso agrava ainda mais a situação dos moradores das periferias, que mais sofrem, por exemplo, com a situação das chuvas, devido ao descaso em relação à infraestrutura por parte do poder público. Basta algumas chuvas para que os moradores do bairro São José do Barreto fiquem alagados, com água batendo em meio metro dentro de suas casas, como aconteceu neste domingo (27).

Após uma noite de chuvas intensas, moradores acordaram e se depararam com móveis e eletrodomésticos destruídos, e ao saírem de casa, estavam ilhados em sua própria rua. 

“Não podemos comprar um móvel porque sempre perdemos.”

Os moradores do bairro denunciam que esse problema é recorrente e reclamam que precisam sair  para trabalhar com água batendo no joelho, correm risco de prejuízo à saúde e perdem seus pertences. O domingo, que era pra ser um momento de lazer, se transformou em um momento de lamentações. 

Luiza Carla, moradora do Barreto há mais de 10 anos, denuncia que desde que chegou no Bairro sofre com o alagamento em sua casa: “Não podemos comprar um móvel porque sempre perdemos. A gente gasta dinheiro, paga imposto e a chuva vem e acaba com tudo. Não dá pra ter nada, a gente só cria dívidas. Queimou a bomba, a geladeira tá cheia de água e a cisterna já era.”

Assim como Luiza, outros, outros moradores já estão cansados da situação. Rita da Silva, que também mora no bairro há mais de 10 anos, confirma que esse problema é recorrente e chama a atenção para o descaso do poder público com o bairro: “Desde 2001 esse problema é recorrente. Hoje ainda tá vazio, já tiveram dias piores. Acordei de manhã e me deparei com a casa toda alagada. Estamos cansados dessa situação”. 

Moradores organizam protesto

Cansados dessa situação, moradores do Barreto organizaram um protesto próximo à rua Dom Eugênio Sales, bloqueando a pista. A proposta da manifestação era impedir que os carros e ônibus passassem pela rua principal, dessa forma chamando atenção para o problema do bairro e também do poder público para as justas demandas do local. 

O presidente da Associação de Moradores do Barreto, Alex, relata sobre a manifestação: “Nós estamos fazendo esse protesto pacífico. Esse problema do alagamento já existe há anos. Já vieram vários prefeitos, vereadores, caminharam aqui dentro, olharam e não resolveram esse problema. Quem mora aqui sabe o sofrimento de todos os anos. Choveu um pouquinho, acontece isso. Esse canal tem que ser dragado, esse canal aqui atrás [Rio Campos-Macaé], tem que ser dragado. Há mais de 15 anos não resolvem a situação do canal. Isso não pode ficar assim, tem que mudar em prol do Barreto.”

A Associação de Moradores, p MLB (Movimento de Luta nos Bairro, Vilas e Favelas) e demais moradores do bairro estiveram presentes e construíram a manifestação em prol de um Barreto melhor, pelo direito de morar dignamente e contra o descaso do poder público. Os protestos terão continuidade até que o problema seja finalmente resolvido. 

 

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