Trabalhadores sofrem com o sucateamento da Saúde em Jacobina/BA

No meses de outubro e novembro a população de Jacobina e região viu, com frequência, tanto nas rádios como nos demais veículos de comunicação, a insatisfação dos(as) trabalhadores(as) da Saúde e dos usuários com os descasos da gestão de Tiago Dias (PCdoB) e secretários, na condução da pasta.

548

 

Foto: Hospital Antônio Teixeira Sobrinho (Jornal A Verdade/Divulgação)

Redação Bahia

Jacobina/BA

No meses de outubro e novembro a população de Jacobina e região viu, com frequência, tanto nas rádios como nos demais veículos de comunicação, a insatisfação dos(as) trabalhadores(as) da Saúde e dos usuários com os descasos da gestão de Tiago Dias (PCdoB) e secretários, na condução da pasta.

Foi com espanto que o povo viu o pedido de demissão coletiva de 19 médicos do Hospital Vicentina Goulart, localizado na sede. Vamos aos motivos: salários atrasados há mais de 03 meses; demissões sem avisos prévios de profissionais competentes; falta de equipamentos necessários aos tratamento de várias enfermidades, incluindo a hemodiálise, onde os próprios médicos tiravam do próprio bolso para repor insumos e equipamentos. O dia 27 de novembro foi o prazo estabelecido por esses profissionais para abandonarem seus postos de trabalho. Sendo assim, foram enviados ofícios informando sobre a situação ao MP-BA, Conselho Regional de Medicina, Conselho Municipal de Saúde, Secretaria de Saúde de Jacobina, Sindicatos dos Médicos do Estado da Bahia e ao Instituto Vida Forte.

Nos ofícios dos pedidos de demissão coletiva, os médicos dizem: […] “Para exercermos a medicina com honra e dignidade, nós, médicos, necessitamos ter boas condições de trabalho e termos uma remuneração justa e pago a prazo compactuado, como todo trabalhador. Não é normal que um trabalhador tenha seus vencimentos pagos em atraso, de forma constante, por três, quatro, cinco e até seis meses”. Tal é o absurdo que os trabalhadores médicos passam, o que resulta na piora no atendimento público aos usuários do SUS, em sua maioria pobres e trabalhadores de Jacobina e região. Essa situação também se estende ao Hospital Municipal Antônio Teixeira Sobrinho e a UPA da cidade.

No dia 17 de novembro assumiu novamente as Unidades de Saúde do município, com um contrato mensal de 3,4 milhões de reais, o Instituto Vida Forte. Em entrevista ao jornal Tribuna Regional, Elmo Lemos, superintendente do Instituto, diz o seguinte: […] “O Instituto continua com o mesmo princípio que nós tínhamos quando nós viemos administrar o Antônio Teixeira Sobrinho, que é uma gestão com o princípio de humanização, prioridades aos colaboradores internos e, consequentemente, uma qualidade no atendimento ao público externo, que são nossos pacientes. A gente costuma dizer que o paciente ao nosso cliente, por que quando a gente atende como cliente, a gente dá um cuidado mais especial”.

Já o Prefeito Tiago Dias (PCdoB) e vereadores de sua base de apoio, no dia 28 de outubro, se reúnem e divulgam em suas redes sociais que “não haverá descontinuidade dos serviços dos hospitais” e que “algumas pessoas irresponsáveis estão pregando terror no município”. Não citam quem são essas pessoas que estão pregando terror no município e nem divulgam informações transparentes sobre como irão resolver os problemas concretos da Saúde no município. Um exemplo chocante e corriqueiro é a questão da infra-estrutura do Hospital Antônio Teixeira Sobrinho, que na chuva intensa do dia 03 de novembro não resistiu a água e causou transtornos aos trabalhadores e pacientes internados. Os corredores e leitos estavam abarrotados de água, uma parte do teto desabou, entre outros prejuízos, além de aumentar o risco de infecção hospitalar aos mais vulneráveis.

Só a luta muda a vida

Sabemos, debaixo do sistema capitalista não haverá atendimento humanizado, nem investimentos significativos na Saúde. Trabalhadores e usuários continuaram sofrendo com hospitais sucateados e sem direitos trabalhistas. As pessoas passaram horas e horas para sem atendidas, e a falta de infraestrutura será uma constante. 

Os trabalhadores da área da Saúde precisam ir as ruas lutar pelo pagamento do piso salarial enfermagem, estabelecido pela Lei 14.434/2022, uma luta que dura há mais de 30 anos, e que o STF, pressionado pelos representantes do setor privado da área da saúde, suspendeu os efeitos da Lei, simplesmente por considerar que não havia no dispositivo legal, o indicativo de fonte de financiamento para esse gasto. Medida que não atende as trabalhadoras e trabalhadores e que no final das contas é contraditória, pois no Brasil há trilhões de reais para se pagar juros e amortizações da dívida pública.

Para além de organizar bons protocolos de atendimento, o que o povo necessita de fato é mais investimentos na saúde, é a revogação imediata da Emenda Constitucional 95 (que congela os gastos públicos por 20 anos em áreas essenciais).

Urge a necessidade de construção do Poder Popular e do Socialismo no Brasil, para que os trabalhadores e trabalhadoras não sofram com falta de saúde e condições dignas de vida.