Em resposta aos cortes na educação e à precarização das condições de ensino, movimento iniciado no curso de ciências sociais da Universidade Fereral de Uberlândia se espalha, ganha força e estudantes aprovam greve.
Gabriel Fernandez – Uberlandia
MINAS GERAIS – Com os recentes cortes do Governo Genocida e Fascista de Bolsonaro, as Universidades passaram a se encontrar em um estado de completa desestruturação. Segundo a Andifes – Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior, desde 2019 já foram retirados em torno de 27 bilhões de reais da educação. Levando em consideração os recentes cortes de 366 milhões (30/11) e 15,5 milhões com um bloqueio de 9,9 milhões (02/12), as Instituições Federais de Ensino ficaram sem poder custear as bolsas de auxílio estudantil, assim como as de pesquisa e extensão, além da segurança, alimentação e outras estruturas do campus.
Observando a partir da realidade da Universidade Federal de Uberlândia, de acordo com o jornal “Diário de Uberlândia”, cerca de 2.000 estudantes ficaram sem bolsas neste mês de dezembro, colocando em risco a permanência destes em um espaço que é seu por direito. No entanto, como ressaltado anteriormente, a situação é tão séria que os trabalhadores de diversos segmentos também foram diretamente afetodos(as).
Na manhã da última quinta-feira (08/12), os trabalhadores do Restaurante Universitário(R.U.) surpreenderam a comunidade estudantil com uma paralisação, realizada por conta do atraso no pagamento dos salários e as péssimas condições no serviço. Porém, esta mobilização sequer durou 2 horas, pois os patrões da empresa “PJ Refeições” ameaçaram os funcionários de serem demitidos e estes tiveram que voltar a sua rotina de exploração.
Para além disso, os militantes do Movimento Correnteza que estiveram presentes no ato dos trabalhadores, constataram a partir deles, denúncias da situação dos alimentos que são servidos para os estudantes, veja as imagens abaixo:
Ademais, o dia de quinta-feira se tornou um grande marco na organização dos estudantes da UFU. A situação dos trabalhadores do R.U. influenciou o processo de tomada de decisão dos movimentos, junto aos estudantes, para formar uma grande mobilização de luta em resposta aos ataques.
Dessa forma, dando início às movimentações, o Centro Acadêmico de Ciências Sociais – Gestão Emmanuel Bezerra – cujo o Movimento Correnteza está presente, marcou uma Assembleia dos Estudantes para o final da manhã. Nas discussões, com aprovação em unanimidade, ficou decidido pela Greve, até que haja a efetivação do pagamento das bolsas. Ainda no mesmo dia, no início da tarde, ocorreu a Assembleia Geral do Curso, junto aos professores, em que se definiu o apoio por parte da Coordenação, anulando faltas, provas e trabalhos dos próximos dias.