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sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

O difícil acesso das mulheres ao vestibular

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Uma das formas de opressão capitalista são os vestibulares, processos seletivos que acabam com a saúde mental, especialmente das mulheres, dos pobres e do povo negro.

Movimento de Mulheres Olga Benario – ABC


SANTO ANDRÉ (SP) – Com a ascensão do capitalismo, o machismo adentrou na vida das mulheres de forma brutal e dilaceradora, jogando-as em uma teia de opressões de todos os tipos. Uma dessas formas de opressão são os vestibulares, processos seletivos que acabam com a saúde mental, especialmente das mulheres, dos pobres e do povo negro. 

As secundaristas (estudantes que estão no ensino médio, técnico ou cursinho pré vestibular), em sua maioria menores de idade, desde pequenas são responsáveis por grande parte do trabalho doméstico, seja cuidando da casa, limpando e cozinhando ou cuidando dos irmãos, primos, etc. 

Num país onde o salário-mínimo é de R$1.302,00 e 33 milhões de pessoas passam fome, muitas das meninas se veem obrigadas a ajudar a família financeiramente. Mas com o desemprego atingindo mais de 9 milhões de pessoas, muitas delas acabam se sujeitando a trabalhos insalubres ou com superexploração como em shoppings e, até mesmo, à prostituição.

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Espro e pela Inciclo, pelo menos 20% de jovens entre 14 e 24 anos que menstruam já deixaram de ir para a escola por não terem absorventes, fato que, com as mulheres pretas, sobe 4%. E mais de 14% foram mães com até 19 anos. Esses são somente alguns dos fatores que impedem as jovens de irem à escola.

Movimento de Mulheres Olga Benario realizou plenária com mulheres secundaristas em Santo André (Foto: Arquivo).

Quando elas conseguem estar presentes no ambiente escolar, cerca de 46,4% sofrem assédio por parte tanto de alunos, quanto de funcionários da instituição; mais de 14,7 milhões de alunos são afetados por problemas de infraestrutura (Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil) e em 32% das escolas do estado de São Paulo faltam professores (Folha de S. Paulo). A falta de acesso à internet também prejudica demasiadamente o aprendizado e a comunicação dos jovens, problema que hoje afeta mais de 7 milhões de famílias.

Como que o Estado, que deveria garantir políticas públicas e educação gratuita de qualidade, quer que sejam respondidas 180 questões e elaborada uma redação coesa e coerente de acordo com as normas da língua portuguesa em uma prova que definirá se as e os jovens terão ou não acesso ao ensino superior, sem proporcionar o devido preparo e condições para isso? 

O que podemos ver é que esse acesso tão dificultado pelas universidades é para tornar tais espaços restritos à burguesia, mais uma vez jogando o povo pobre e, principalmente, as mulheres às margens da sociedade.

Diante de todo esse absurdo a luta por uma educação libertadora e por uma sociedade igualitária em que todos partam do mesmo lugar é indispensável e isso só será alcançado com a organização das mulheres, jovens, pretas e de toda a classe trabalhadora.

Se organize em um núcleo de secundaristas do Movimento de Mulheres Olga Benario! Pelo fim do vestibular e da opressão das mulheres!

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