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quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Aumento da passagem em Santos expõe necessidade de urgência do passe-livre

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Em fevereiro, o prefeito de Santos, Rogério Santos (PSDB), anunciou o aumento geral das passagens na cidade de R$4,95 para R$5,25 no passe comum e R$2,60 para o passe escolar. A medida reajusta o repasse para a empresa privada subsidiada para R$1,1 milhão ao mês.

Hendryll Luiz* | Santos


JUVENTUDE – Santos é considerada o centro para as outras cidades, pois tem a maior parte dos postos de trabalho, a parte principal do Porto, as principais universidades particulares do Litoral Paulista e campus de universidades públicas como UNIFESP e USP. Por essa urbanização, Santos, todos os dias, recebe milhares de trabalhadores e estudantes de diversas cidades dos arredores em ônibus de péssima qualidade dentro da cidade.

A grande verdade já conhecida em muitas cidades se repete aqui: empresas privadas recebem milhões em dinheiro público para administrar o transporte e apresentam recorrentes aumentos nas tarifas, ônibus quebrados, redução nas frotas, linhas inúteis e regiões periféricas sem linhas. Dizem que recebem pouca verba, mas o serviço piora quando a prefeitura destina mais verbas. Vejamos: há cerca de um ano, a empresa Piracicabana foi denunciada por ter um terço de sua frota vencida sendo usada colocando em risco a vida dos passageiros, consumindo mais recursos e prestando um mau serviço. Além disso, a Baixada tem um clima quente, sendo comum chegar aos 30ºC (sensação que fica maior dentro do ônibus) e, sem ar-condicionado nos ônibus a viagem se torna desconfortável e perigosa.

Para os estudantes resta pagar uma conta exorbitante. No caso da Unifesp, que tem mais de uma unidade na cidade e apenas um único restaurante universitário, se o estudante morar em outra cidade terá que pagar o ônibus intermunicipal e ainda terá que ficar pagando a cada viagem de uma unidade a outra.

Mesmo após o prefeito tucano ter admitido que a presença da UNIFESP na cidade é importante pelos serviços que presta na saúde e no porto, ele não se mostra preocupado em garantir a permanência dos estudantes na universidade.

A Prefeitura “doou” três andares de um prédio no abandonado centro de Santos para a UNIFESP. O acordo quase sem retorno para a universidade é ambicioso: a universidade ganha algumas salas e cabe ao movimento dos estudantes gentrificar o centro. Portanto, só será possível fechar a conta do estudante no final do mês se for tirado o peso das passagens da soma.

Então, o passe-livre municipal é fundamental para a manutenção dos estudantes santistas em suas universidades e é nosso dever fazer com que essa demanda geral se transforme em uma grande mobilização estudantil unificada para que consigamos conquistá-la para já!

*Estudante da UNIFESP-Santos

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