Povo de Ribeirão Pires, no ABC Paulista, sofre com política fascista. Prefeitura do PL piora as condições de vida da população. Cidade vive crise na saúde, transporte e em outras áreas.
Gabriel Godec Cardoso, Gustavo Liochi, Patrícia Braz e Kawni Romero Galante | Ribeirão Pires – SP
CARTA = O povo de Ribeirão Pires (SP) vêm sofrendo com os efeitos da política municipal, que é comandada hoje pelo fascismo. O prefeito da cidade, Clovis Volpi (PL) defende e empurra aos trabalhadores e trabalhadoras da cidade o retrocesso, o sucateamento das políticas públicas e o abandono das regiões periféricas da cidade.
A cidade vem sendo afetada por algumas destas políticas negativas, algumas aprovadas por debaixo dos panos. É o caso da terceirização do Caps e de outros serviços da saúde fundamentais para a população, dos aumentos abusivos nas tarifas do transporte, passando de R$5 para $5,50 ou a falta de água frequente na cidade, deixando a população mais pobre de mãos atadas várias vezes durante a semana.
E por aí vai. Estes pontos, dentre outras políticas da extrema direita, são fruto de uma longa alienação e uma imensidão de Fake News que são usadas como agitação e propaganda pelo fascistas. O grupo político que comanda a cidade pagam veículos de comunicação para apagarem toda e qualquer matéria negativa que os prejudique. Também o prefeito conta com o apoio do Governo Estadual que hoje também tem como representante o fascista Tarcisio de Freitas.
Saúde em crise
Além disso, as políticas assistenciais implementadas pela prefeitura não são efetivas. Um exemplo disso é a saúde pública de qualidade, algo essencial, mas na cidade onde o fascismo está no poder tem ficado mais sucateada dia a dia. Enquanto no Brasil o número de depressão e ansiedade vem subindo a cada ano, em Ribeirão Pires a Prefeitura tira de suas mãos o dever de investir em saúde em toda a sua amplitude.
A única UPA da cidade foi estrategicamente construído em um dos bairros mais distantes do Centro, o Santa Luzia, para que aqueles que moram do outro lado da cidade não somente tenha que pagar duas passagens, mas talvez quatro, por conta da dificuldade que é fazer uma baldeação numa rodoviária aberta e com tão poucos servidores. Ou seja, a maior parte da população de Ribeirão não tem acesso ao equipamento.
A situação de sucateamento da saúde pública não para por aí: uma enfermeira, que pediu anonimato, atuou tanto no hospital de campanha na época do auge da COVID-19 como na UPA Santa Luzia. Ela nos relatou que, além da precarização que já estamos “acostumados”, ela viveu uma história particularmente interessante: “Uma vez chegou uma menina com mais ou menos 20 anos e o amigo dela, falando que eram da família Nardelli e que queriam fazer teste para Covid-19. A supervisora da UPA na época largou tudo o que estava fazendo e foi atendê-los, enquanto havia pessoas por mais de 5 horas na fila de espera. Depois disso, a menina virou para o amigo e disse ‘viu? É só falar que é de família rica que eles nos atendem rapidinho’ “, contou a enfermeira, escancarando o descaso da prefeitura com as trabalhadoras e trabalhadores.
Políticos de direita não cumprem promessas
Enquanto isso, a cidade vem sendo precarizada, candidatos fascistas e de direita fazem promessas que quando eleitos não cumprem. O próprio Volpi, durante a campanha eleitoral prometeu o aumento no salário dos funcionários públicos, mas até agora não o fez e não há nem sequer previsão.
Um morador de Ribeirão Pires, aposentado e funcionário público há mais de 10 anos, que também preferiu não se identificar, relata: “O voto em Clóvis Volpi foi pela sua promessa de reajuste em nossos salários, é um absurdo ganharmos tão pouco comparado a funcionários públicos de todo ABC. Um condutor de ambulância da cidade não chega a ganhar 1.400 reais no líquido. Clóvis não cumpriu o que prometeu.”.
Já no que diz respeito ao lazer e a cultura para os munícipes, as reclamações são sempre as mesmas. Pamela Henrique, de 34 anos e José Augusto Bonfim, de 16 anos relataram o fato da maior parte do lazer da cidade ser privado, pago.
O Clube Ribeirão Pires pertence somente à grande elite da cidade. “O Campi que tinha a prefeitura fez questão de reformar e encurtar o tamanho, só há 2 brinquedos para crianças, e além disso, a famosa vila do doce está sempre em reforma, e parece nunca terminar.”, relata Pamela.
Falta de segurança e cultura
Conforme cresce a miséria no município por conta do fracasso fascista que se mantém no poder desde a fundação da cidade, a prefeitura opta por enriquecer a segurança privada. Sua segurança só existe para bairros em que empresas privadas cobram uma taxa para supostamente proteger daqueles que o próprio sistema acabou formando.
Outro fator dominante é a questão do trabalho. Com cerca de 125 mil habitantes a cidade só possui 21 mil postos de emprego, ou seja, mais de 80% da população da cidade tem de buscar trabalho em outros municípios e ficarem longe de suas casas durante todo o dia, voltando apenas para dormir, se comportando como uma cidade dormitório que se antes abastecia os trabalhos de fábricas e indústrias do ABC, com a desindustrialização da região, acabam em empregos cada vez mais precários e cada vez mais longe.
Só a organização popular pode mudar esse cenário
Somando uma média salarial abaixo da média regional e aluguéis abusivos causados por especulação e gentrificação, os trabalhadores e trabalhadoras sofrem com a fome, cortes de energia e falta de água por toda a cidade, o que é agravado com uma taxa de lixo abusiva que foi removida pela gestão Volpi para a reeleição, mas já retomada em março de 2023, com outro nome, pela gestão nepotista de seu filho.
O capitalismo só existe enquanto suas vítimas não se voltarem contra ele. Enquanto jovens e trabalhadores de todos os lugares não se unirem, enquanto proletários e estudantes não tomarem a convicção de que tudo que eles querem é que sofremos nas mãos de sua burguesia.
Precisamos tomar o poder de cada município, tirar do poder aqueles que sequer sabem como é usar transporte público. Como diz o Presidente da Unidade Popular pelo Socialismo, Leonardo Péricles: “o socialismo não dá ao povo o acesso às migalhas, e sim ao banquete”.
É nas ruas que fazemos nossa política, conquistando cada trabalhador e estudante, mostrando que existe uma saída para tudo isso que passamos no dia a dia por conta de milionários e políticos que nos exploram a cada segundo de nossas vidas. Precisamos apresentá-la em cada bairro, cada escola, cada posto de trabalho e crescer nossas fileiras para termos mais condições de avançar a nossa luta.