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quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Crescer, aparecer e conquistar: as vitórias das revolucionárias na APEOESP

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O MLC disputou pela primeira vez à diretoria estadual colegiada (DEC) da APEOESP, através da Chapa 3 – Luta de Classes composta por 62 professores(as) e conquistou o apoio de quase 1.500 associados. Mas por que se dizem vitoriosos ao falar desse processo? Por que ousam dizer que se trata de uma vitória para toda a categoria e mais, um avanço para a classe trabalhadora?

Thais Gasparini* e Jorge Ferreira | São Paulo


TRABALHADOR UNIDO – Há seis anos o Movimento Luta de Classes (MLC), apoiado pela Unidade Popular (UP), participou pela primeira vez do processo eleitoral do sindicato dos professores do estado de São Paulo (APEOESP). Na ocasião, ainda em processo de obter seu registro eleitoral, contava com apenas um único professor, Lucas Marcelino, que disputou uma vaga na subsede da zona norte da capital, tendo sido eleito.

Passado esses anos, o MLC disputou pela primeira vez à diretoria estadual colegiada (DEC) da APEOESP, através da Chapa 3 – Luta de Classes, com uma chapa de 62 professores e conquistou o apoio de quase 1.500 associados. Mas por que se dizem vitoriosos ao falar desse processo? Por que ousam dizer que se trata de uma vitória para toda a categoria e mais, um avanço para a classe trabalhadora?

Para compreender esse sentimento, é necessário questionarmos de onde vem e aonde pretendem chegar esses homens e mulheres que se dedicaram incansavelmente nos últimos anos a organizar uma das categorias mais precarizadas do estado. Só assim é possível compreender a razão de uma mãe com três filhos sair de casa antes do sol nascer para garantir a passagem em sala de aula, de dezenas de professores colocarem dinheiro do próprio bolso para passar em outras escolas após o exaustivo expediente, de jovens dividirem a marmita na rua, de enfrentarem a timidez, de superarem o sono acumulado e o cansaço físico para garantir de falarem com milhares de professores em apenas três semanas.

A verdade é que nada disso seria possível sem Partido revolucionário, sem uma profunda convicção de cada militante na possibilidade e na necessidade de transformar profundamente a sociedade. E é partindo desse ponto de vista que homens e mulheres se entregaram de corpo e alma ao processo eleitoral do maior sindicato da América Latina.

Não mediram esforços para ao longo dos últimos anos construir uma chapa verdadeiramente independente, ou melhor, integralmente comprometida com os interesses da categoria e de toda a classe trabalhadora. Uma classe que quer que seus filhos tenham direito à educação, que seus professores sejam valorizados e que a escola esteja à serviço do povo e não dos governantes fascistas de plantão.

Sabendo da necessidade de unir toda a categoria para construir esse projeto buscou dialogar com todas as forças e ouviu, por vezes, “cresçam e apareçam”. Assim foi feito: a chapa dos que defendem uma revolução para transformar a vida dos professores e de toda a sociedade realizou uma campanha de intensa agitação em centenas de escolas, apresentou seu programa e principalmente, confirmou pela prática que os professores querem lutar.

Em três semanas de campanha foram mais de 300 escolas visitadas pelas regiões do estado, milhares de trabalhadores puderam conhecer o programa e as propostas da Chapa 3. O resultado deste grandioso trabalho foi expresso na quantidade de votos recebidos na Chapa 3 tanto para a DEC mas também para os conselhos das subsedes da APEOESP em que o MLC disputou. Ao todo, foram 7 subsedes disputadas, sendo que até o momento foram eleitos conselheiros em Santo André, Diadema, São Bernardo do Campo e em Santo Amaro.

Além disso, o Jornal A Verdade foi um grande aliado dos candidatos neste processo de agitações sendo amplamente divulgado nas escolas com muitos professores interessados em fazer a assinatura do jornal, pois se identificaram com o conteúdo. No fim, foram 600 novos contatos de professores querendo saber como ingressar no MLC e conhecer a UP dispostos a organizar a luta da categoria.

Aos que lançaram o desafio, aos que não acreditam na força do povo, aos que acreditam que poderão frear o desenvolvimento da luta de classes, respondemos com a luta, com a prática, com a verdade.

E é por isso que esse processo eleitoral se demonstrou um avanço para todos os trabalhadores. Isso porque ainda que sem recursos, sem nenhum financiamento, o programa do socialismo pôde chegar a milhares de professores. Crescemos, acumulamos força e aprendizado, iniciamos a obra, o termômetro começou a esquentar e o tempo dirá quem está do lado dos professores, e estes certamente saberão responder aos oportunistas, carreiristas e serviçais da burguesia.

*Thais Gasparini é professora da rede estadual de São Paulo

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