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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Fake News, uma das armas das organizações fascistas

PL das Fake News pode diminuir os efeitos da máquina de propaganda fascistas. big Techs continuam tentam comprar parlamentares para votar contra a lei.

Felipe Annunziata | Redação


BRASIL – A Câmara dos Deputados se prepara para votar o Projeto de Lei 2.630, que regulamenta a atividade das grandes multinacionais de tecnologia, as chamadas Big Techs. O PL apresenta medidas para combater a divulgação de notícias falsas e também a monetização (arrecadação financeira) de canais que defendem ideias que vão contra a lei brasileira.

A lei, se aprovada, irá regulamentar o um mercado que hoje é monopolizado por algumas empresas multinacionais estrangeiras. O Google, por exemplo, controla mais de 90% do mercado de buscas na internet. No Brasil, mais de 100 milhões de pessoas têm, pelo menos, uma conta no WhatsApp.

“Essa lei, se aprovada, ajudará a combater os fascistas organizados nas redes, pois a difusão em massa de mentiras e discurso de ódio é tática comum desses grupos e parte central de sua estratégia de mobilização. Com a lei, as plataformas digitais vão ser obrigadas a ter mecanismos de transparência, identificação e remoção de conteúdo falso e manipulado, além de terem que divulgar informações sobre quem está financiando estes anúncios.”, afirma Karina Santos, mestre em Comunicação Política pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e coordenadora de Mídias e Democracia no Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS-Rio).

Lei enfrenta interesses dos bilionários das Big Techs e do fascismo

As empresas monopolistas de tecnologia conseguiram reunir uma frente ampla de todos os setores reacionários da sociedade. Fascistas, fundamentalistas religiosos e grupos neonazistas se aliaram às Big Techs para tentar barrar o PL. 

Para a coordenadora do ITS, “a extrema-direita é contrária ao PL 2.630 porque esses grupos se beneficiam da disseminação de informações falsas nas redes para promover sua agenda e para lucrar com a monetização de conteúdos falsos e de ódio. Eles sabem que, se essa lei for aprovada, eles terão menos espaço para divulgar seus conteúdos manipulados, o que pode afetar sua capacidade de mobilizar e recrutar novos membros”.

As Big Techs ganham muito dinheiro com a propaganda fascista e não precisam prestar contas à sociedade brasileira sobre suas atividades. Ninguém sabe as regras e os parâmetros que regulam os algoritmos das redes digitais. Esses algoritmos determinam o que vemos ou deixamos de ver.

PL 2.630 não resolve problema das fake news

Karina Santos também avalia que a lei não acaba com a propaganda fascista na internet. Mas entende que ele pode ser mais uma ferramenta nesse enfrentamento. Para ela, “embora o PL 2.630 não seja uma solução completa para combater o fascismo nas redes, pode ser uma ferramenta importante para reduzir o impacto das ações orquestradas de difusão de mentiras desses grupos, bem como para diminuir a propagação de discursos de ódio e intolerância na internet”.

Mesmo ampliando as possibilidades de repressão ao fascismo, o PL 2.630 não pode ser considerado a salvação da pátria, como alguns influencers e organizações de esquerda vêm defendendo. Antes da internet, a grande mídia burguesa sempre mentiu ao povo e nenhuma lei a impediu de fazer isso.

O enfrentamento real às fake news criadas pelo fascismo dos apoiadores de Bolsonaro deve ser combatido nas redes, mas principalmente nas ruas. É preciso mais do que regulamentar os monopólios capitalistas das redes digitais e grupos de tecnologia. Há que se colocar estes monopólios sob controle popular.

Matéria publicada na edição impressa nº271 do Jornal A Verdade.

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