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sábado, 14 de dezembro de 2024

OMS decreta o fim da emergência sanitária da pandemia de Covid-19

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Depois de 3 anos, a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou o fim da emergência mundial pela Covid-19. Pandemia deixará um legado de luto e uma dura lição sobre como a ganância burguesa ignora as vidas humanas.

Acauã Pozino | Redação RJ


SAÚDE Na manhã desta sexta-feira (05), a Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgou a resolução assinada ontem por sua direção na qual decretou oficialmente o fim da pandemia de Covid-19 como emergência global. Estágio de alerta vigorava desde 2020, quando a rápida contaminação de vários países mergulhou o mundo em uma crise sanitária que não se via desde a Gripe Espanhola, em 1919. Apesar do alívio, cabe refletir sobre o que significam esses 3 anos para o povo do Brasil e do mundo.

Ao todo, foram cerca de 7 milhões de mortos em todo o mundo, sendo 700 mil destes brasileiros. Milhares de vidas foram interrompidas, na grande maioria dos casos, pela ineficiência ou mesmo pela colaboração do governo com a propagação da doença, como aconteceu no Brasil.

O ex-presidente e ex-capitão fascista do Exército, Jair Bolsonaro, zombou inúmeras vezes não só dos próprios doentes, como de suas famílias, dos profissionais da saúde e de qualquer um que, na contramão da sua ideologia mesquinha, tentasse trabalhar em prol da vida das pessoas. 

Na noite deste domingo (7), a ministra da Saúde disse, em pronunciamento que apesar do negacionismo, “muitas vidas foram salvas graças ao Sistema Único de Saúde.” Afirmou também que não haveria tantas mortes no Brasil se o governo adotasse uma outra política em relação a pandemia. “Outro teria sido o resultado se o governo anterior, durante toda a pandemia, respeitasse as recomendações da ciência”, concluiu.

Pandemia mostrou a desumanidade capitalista

Todo esse descaso, desrespeito e má fé não se deu por acaso e nem por conta de algum elemento da natureza ou da alma do ex-presidente amigo de milicianos. Bolsonaro tem e sempre teve muito claro qual era seu compromisso de classe, e não era com o povo, com os trabalhadores, mas sim com os patrões, grandes fazendeiros e generais corruptos e golpistas.

Relatório produzido pela CPI da Covid mostrou que os generais fascistas brasileiros atrasaram propositalmente a compra de vacinas porque preferiram negociar sem validação científica, patenteadas pelas empresas de seus próprios amigos, a 5, 10, mesmo a 15 dólares por dose. Enquanto isso, o povo manauara sofria sem oxigênio e nem vagas nos cemitérios.

A revista Ford’s mostrou, no ano passado, que durante os dois anos mais cruéis da pandemia (2020 e 2021) surgiram no Brasil 44 novos bilionários; donos de bancos, varejistas e planos de saúde, essas pessoas jamais se importaram com a saúde ou a vida dos trabalhadores: apenas com seu próprio lucro. Principalmente se esses trabalhadores fossem de camadas da sociedade historicamente oprimidas por essa burguesia.

A primeira vítima fatal da Covid19 no Brasil foi uma trabalhadora negra e pobre, que se contaminou no casarão de sua patroa depois que ela voltou de viagem da Itália, um dos maiores epicentros da pandemia no planeta. No Reino Unido, um estudo mostrou que cerca de 60% das mortes por Coronavírus eram de pessoas com deficiência; nos Estados Unidos, divulgados como exemplo de capitalismo bem-sucedido, milhares e milhares de cidadãos morreram, em sua maioria negros, imigrantes e pessoas com deficiência.

Povo enfrentou a pandemia

Apesar do fascismo e da ganância dos grandes ricos, o povo deu mostras inegáveis de solidariedade durante a pandemia. As redes de solidariedade construídas nas favelas, as campanhas de entrega de cestas básicas promovidas por movimentos sociais e entidades de luta, a exemplo do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) e do DCE Mário Prata da UFRJ, que distribuíram cerca de 15 e 20 toneladas de alimento, respectivamente. 

Ações como essas mostram que, em momentos de crise, a reação da burguesia sempre será dizer que não é coveira. Os ricos buscaram agarrar aos próprios lucros, mesmo que isso signifique negociar a vida de milhões de pessoas. Do outro lado, os próprios trabalhadores, em momentos de crise, dividem o pouco que têm e criam coletivamente estratégias para que seus pares não se contaminassem e nem perdessem sua vida por conta do descaso do governo. Esse mesmo povo disse que o fascismo era mais perigoso que o próprio vírus e foi às ruas aos milhares repetidas vezes para lutar pelo “Fora Bolsonaro”, expressando sua vontade nas eleições de 2022.

Mesmo com o fim da emergência global, não estaremos livres de viver catástrofes como essa enquanto o meio-ambiente for saturado em nome do lucro. É preciso que a saúde deixe de ser uma mercadoria. Enquanto houver sistema capitalista, a morte do povo será importante apenas na medida em que afete os lucros dos capitalistas. Só será possível superar esses problemas dando ao povo o poder absoluto sobre sua própria vida, através da construção de uma sociedade fraterna, solidária e socialista.

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