UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

quarta-feira, 1 de maio de 2024

Mil defensores dos Direitos Humanos foram violentados no governo Bolsonaro

Dados são de relatório das entidades Justiça Global e Terra de Direitos, divulgado no dia 14 de junho. No período foram registrados 169 assassinatos, dos quais um terço são indígenas. Politica fascista de Bolsonaro contribuiu para o acúmulo de casos.

Felipe Annunziata | Redação


BRASIL – De acordo com a Justiça Global e Terra de Direitos, 1.171 pessoas foram violentadas por defenderem os direitos humanos entre 2019 e 2022. No relatório das duas entidades, constam assassinatos, agressões, perseguições, ameaças e outras formas de violência.

Entre os assassinatos chama a atenção a constatação de que, dos 169 assassinados, um terço são indígenas, mostrando o aumento da violência no campo contra os povos originários. Segundo o relatório também, a política do governo do fascista Bolsonaro de não demarcar terras indígenas, incentivar a mineração e o desmatamento ilegais contribuíram para os casos.

Outros dados que confirmam a análise é o fato da maioria dos assassinatos de indígenas estarem localizados nos estados da chamada Amazônia Legal, como Maranhão, Amazonas e Roraima.

Ameaças a militantes dos direitos humanos

O principal método dos criminosos que perseguem os militantes dos direitos humanos é a ameaça. O relatório da Terra de Direitos e da Justiça Global aponta que dos 1.171, quase metade são ocorrência de ameaças.

Esta é a forma que milicianos, traficantes, grupos paramilitares fascistas, grileiros, latifundiários e outros bandidos usam por ser mais difícil de causar uma repressão do Estado. A ameaça é um crime mais difícil de comprovar e que, em geral, coloca a vítima numa posição acuada quanto a decisão de denunciar.

Pará e Maranhão na frente

Dos 1.171 casos de violências, os dois estados que lideram são Pará (143) e Maranhão (131). O caso do Maranhão chama a atenção. Isto porque durante o governo Bolsonaro, o estado tinha como governador o atual ministro da Justiça Flávio Dino (PSB-MA).

Dino tem tido uma atuação muito destacada no ministério do novo governo Lula. Principalmente no que diz respeito às prisões dos bandos fascistas que atacaram Brasília em 8 de janeiro. No entanto, o atual ministro ainda não conseguiu explicar como que, durante seu mandato no Maranhão, não conseguiu dar fim aos mesmos bandos fascistas de grileiros e madereiros que assassinaram e atacaram indígenas, quilombolas e outros militantes dos diretos humanos.

O caso do Pará não é muito diferente. Hoje o estado é o centro econômico e logístico do chamado “arco do desmatamento”. Durante a maior parte do governo Bolsonaro foi o Pará quem liderou a lista de estados que mais desmatam.

Esse fato está diretamente ligado às violências aos defensores dos direitos humanos. Aqui também se destacam os ataques aos indígenas. O estado nortista é uma das principais unidades da federação com áreas indígenas demarcadas ou em processo de demarcação. Também é por lá que passam as principais rotas de exportação dos bandidos da mineração da do desmatamento ilegal.

É preciso enfrentar o fascismo para reverter o cenário

Os dados apresentados neste dia 14 mostram que o avanço da política fascista no Brasil possibilitou essas violências. Aqui, o fascismo tem no mineradores ilegais, nos madereiros e “empresários” do tal agronegócio uma de suas principais bases sociais.

São esses criminosos quem armam e financiam as milícias golpistas que atacaram Brasília e atuam espalhadas pelo interior do país. Não é a toa que eles vêem nos indígenas, quilombolas e lutadores dos direitos humanos um dos seus principais inimigos. Afinal, estas pessoas desafiam a política fascista de destruição do meio ambiente e das culturas locais que esses agentes do fascismo querem impor ao país.

Só com um enfrentamento direto aos interesses e as fontes de financiamento destes criminosos poderemos reverter este cenário. Enquanto as quadrilhas fascistas alojadas no campo e na cidade não forem reprimidas e desmanteladas toda e qualquer pessoa que defenda os direitos básicos do povo estará sob risco destas violências.

Outros Artigos

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Matérias recentes