MLC realiza segundo congresso no RJ reunindo várias categorias. Movimento debateu a organização do trabalho sindical e as pautas da classe trabalhadora no próximo período.
Esteban Crescente e Yasmin Barros | Rio de Janeiro
TRABALHADORES UNIDOS – No último dia 24 de junho, o Movimento Luta de Classes (MLC) realizou o 2º Congresso estadual no Rio de Janeiro, com a presença de 55 delegados de várias categorias, como servidores públicos, profissionais da educação e operários moedeiros, entre outras. O encontro ocorreu no Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações – Sinttel Rio e é uma etapa fundamental de preparação para o II Congresso Nacional do movimento, que será realizado nos dias 18, 19 e 20 de agosto, em São Paulo.
A plenária discutiu a conjuntura e o papel dos sindicatos como ferramentas de organização da classe trabalhadora, a exposição inicial foi de Juliete Pantoja, presidenta estadual da Unidade Popular no RJ, e Raul Bittencourt, Coordenador Geral do Sindsep-RJ e do MLC RJ. O debate pautou a necessidade de luta contra as Reforma Trabalhista (2017), Previdenciária (2019) e do Novo Ensino Médio, entendendo que essas reformas atendem aos interesses do patronato, enquanto precarizam as condições de vida da classe trabalhadora.
As intervenções também apontaram a centralidade do enfrentamento ao fascismo e o golpismo de 08 de janeiro, ao mesmo tempo a necessidade de combate ao Arcabouço Fiscal, proposto pelo governo e piorado pelo congresso. Pois a lógica de impedir os investimentos públicos nas áreas sociais, para garantir a fatia do orçamento com o pagamento da dívida pública, somente fortalece o Capital Financeiro e abre espaço para atuação política dos fascistas.
Ocorreram discussões sobre a necessidade de mobilizar os sindicatos pelos reais interesses da classe trabalhadora, atendendo às demandas da base da categoria, enfrentando a passividade ou traição de direções sindicais que muitas vezes se vendem à patronal. Princípios do sindicalismo classista e combativo foram reforçados como a solidariedade de classe e a defesa dos sindicatos como instâncias da classe e não corporativas. A luta pelo Socialismo foi parte fundamental do debate, devendo ser parte de nosso esforço de propaganda e consciência na construção orgânica no movimento, fazer dos sindicatos escolas de socialismo.
Ao longo do Congresso uma emocionante homenagem foi prestada a dois fundadores do Movimento Luta de Classes no Rio e no Brasil. O metalúrgico Carlos Maria “Formigão” e o servidor aposentado Carlinhos, liderança do Abrigo Cristo Redentor. Ambos foram aclamados por seus históricos esforços e receberam de presente o caderno de formação sindical do MLC.
Na parte da tarde, o informe da Coordenação Estadual dava conta do crescimento e fortalecimento do trabalho do MLC no Estado do Rio, que nos últimos anos cresceu em ocupação de número de sindicatos e construção de núcleos. A própria composição do congresso foi um demonstrativo. Estavam presentes; professores das redes pública e privada, metalúrgicos, servidores públicos (universidades, institutos e ministérios), petroleiros, moedeiros, terceirizados, garis, autônomos, trabalhadores de TI, músicos, trabalhadores de aplicativos e trabalhadores da saúde.
O congresso também se concentrou em elencar as tarefas urgentes para o próximo período de lutas e organização. Ocupar espaços nos sindicatos, montar chapas de oposição, organizar os núcleos do MLC, aprofundar o estudo sobre o movimento sindical e estar nas lutas das categorias.
Também foi discutida uma maior atenção às demandas da categoria de aposentados e aposentadas, à necessidade de paridade de gênero dentro dos movimentos sindicais, enfrentamento ao racismo e à urgência de oposição às diversas formas de violência, inclusive a institucional, em nossos espaços de atuação.
Na etapa final, foram realizadas duas votações: a eleição dos delegados e delegadas que representarão o Rio de Janeiro no Congresso nacional, e a eleição da coordenação estadual que será responsável pelo encaminhamento dos trabalhos do movimento no próximo período. Ao todo, serão 20 delegadas e delegados com a missão de levar as propostas do estado para a próxima etapa congressual, bem como de trazer o retorno para o estado do que vem sendo discutido nas instâncias sindicais a nível nacional. Quanto à coordenação, 13 coordenadoras e coordenadores passam a compor o movimento, sendo 6 mulheres e 7 homens.