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domingo, 22 de dezembro de 2024

3º Encontro de Mulheres da América Latina e Caribe reafirma luta contra o imperialismo e o fascismo

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3º Encontro de Mulheres da América Latina e Caribe reúne mais de mil mulheres em Brasília. Com representações de 11 países, evento reafirmou a necessidade de se enfrentar o imperialismo e o fascismo na luta pela emancipação das mulheres. Confira a declaração final do encontro.

Claudiane Lopes e Larissa Mayumi | Brasília


MULHERES – O 3º Encontro de Mulheres da América Latina e Caribe reuniu com grande alegria e combatividade revolucionária, mil mulheres de 11 países, entre 21 e 23 de julho, na Universidade de Brasília. Nesses três dias se reuniram diversas mulheres com várias idades, raças, trabalhadoras da cidade e do campo, estudantes, com deficiência, desempregadas, artistas, trabalhadoras autônomas, intelectuais, indígenas e quilombolas.

Juntas debateram a situação econômica, política e social em que vivem seus povos, aprenderam umas com as outras sobre as diferentes formas de luta e as formas de organização que o movimento de mulheres desenvolve nos países presentes. O encontro contou com representações do Brasil, Colômbia, Equador, República Dominicana, Paraguai, Peru, Argentina, Uruguai, México, Venezuela e El Salvador.

O último dia pela parte da manhã foi marcado pela exposição das propostas aprovadas nos 16 grupos temáticos que ocorram no segundo dia. As expositoras eram de vários países e contribuíram para uma construção coletiva de pautas e de lutas, a serem encaminhadas para os próximos anos na região. Além disso, as propostas foram aprovadas no plenário por todas.

Foi realizada uma linda homenagem por Vivian Mendes, Presidente da Unidade Popular–SP e da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos, para quatro companheiras que são exemplos de luta e de vida para todas as mulheres: Cristina Cabib, Mães da Praça de Maio (Argentina), Maria das Graças, militante do Partido Comunista Revolucionário que lutou contra a Ditadura Militar brasileira, Guita Marly, percussora na construção do Movimento de Mulheres Olga Benario, e Ñasaindy Barrett (Filha de Soledad Barrett, morta e desaparecida no Brasil em 1973).

O plenário se emocionou quando Ñasaindy Barrett declamou uma poesia em português e espanhol deixada pela sua mãe que dizia: “Mãe, me entristece te ver assim/ O olhar quebrado dos teus olhos azuis céu em silêncio/ Implorando que eu não parta/ Mãe, não sofras se eu não voltar/ Me encontrarás em cada moça do povo, desse povo, daquele, daquele outro/ Daquele próximo, daquele longínquo/ Talvez cruze os mares, as montanhas, os cárceres, os céus/ Mas Mãe, eu te asseguro, que sim, me encontrarás/ De cada criança feliz, de um jovem que estuda, de um camponês em sua terra, de um operário em sua fábrica/ Do traidor em forca, do guerrilheiro em seu posto/ Sempre, sempre me encontrarás/ Mãe, não fique triste, tua filha te ama”.

Para Rosilene Santana, da Coordenação Nacional do Movimento Olga Benario da cidade de João Pessoa, “foi um exitoso encontro, que proporcionou debatermos várias realidades, partilhar conhecimentos e lutas, fortalecer solidariedade internacional, planejar uma agenda unitária que desenvolva as mobilizações anticapitalistas, anti-imperialistas e antifascistas nos próximos anos”.

Importante ressaltar que o encontro que se realiza debaixo de mais uma profunda crise do sistema capitalista, agravada pela pandemia, mas principalmente pelo aumento da concentração de capital nas mãos de um punhado de bilionários em todas as regiões em que vivemos. Até nos períodos de recuperação econômica, as melhorias de vida são cada vez mais imperceptíveis para as mulheres trabalhadoras e os povos, conclui Indira Xavier da Coordenação Nacional do Movimento Olga Benario.

O encontro contou também com mesas de debates e a leitura do Manifesto proposto pelo Comitê Preparatório Internacional que avaliou as bases fundamentais que norteiam nossas lutas para seguirmos firmes e conquistar a verdadeira emancipação das mulheres e dos povos.

Além disso, foram aprovadas moções de solidariedade as companheiras que resistem ao golpe de estado no Peru, ocorrido ano passado. Para as trabalhadoras da Enfermagem, que seguem na luta pela implementação do piso salarial no Brasil, e todos aqueles que enfrentam a grave crise política e social que vive o povo da Venezuela, fruto da imposição do bloqueio econômico imposto pelos EUA.

No final do encontro foi aprovada a Argentina como o próximo país que irá sediar 4º Encontro de Mulheres da América Latina e Caribe, em 2026. Também foi aprovada uma agenda de lutas que culminará na Jornada Latino-Americana e Caribenha contra o fascismo e o imperialismo na região, pela soberania e pelos direitos das mulheres.

O encontro demonstrou que em todos os países os povos enfrentam realidades comuns, seja na política, seja na economia, mas, principalmente, sobre o aumento das violências de gênero, que é a marca mais cruel do patriarcado para as mulheres. Continuaremos determinadas a destruir o capitalismo e sua opressão para construir uma sociedade socialista.

Confira no link abaixo a “Plataforma do Brasil”, a declaração final do 3º Encontro Latino-americano e Caribenho de Mulheres.

Plataforma do Brasil – Declaração Final do 3º Encontro de Mulheres da América Latina e do Caribe

Veja algumas fotos do Encontro.

Foto: Camila Torres
Foto: Lana Borges
Foto: Gabi Araújo
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