As festas juninas são celebrações da cultura do povo trabalhador, especialmente os do campo, trazendo consigo manifestações de luta e resistência.
Jean Torres* | São Paulo
CULTURA – O mês de junho marca o início da temporada das tradicionais festas juninas no Brasil que se estendem até os meses de julho e agosto. É um período de festas decoradas com fitas e animadas por danças como a quadrilha e de fartura com comidas típicas, em sua maioria derivadas do milho.
Mas o que a festa junina significa para a classe trabalhadora? Não se trata somente de uma festa genérica que acontece todo ano. É uma celebração que mantém viva a cultura de um povo trabalhador, mais especificamente o do campo. Povo esse que tem em seu seio de origem camaradas como Manoel Aleixo e Amaro Félix, grandes heróis populares que trabalharam e organizaram a luta popular camponesa e foram importantes militantes do Partido Comunista Revolucionário.
Embora a festa junina tenha se originado na Europa, se acende em nosso país de uma forma muito peculiar e única. Traz à tona a luta e o cotidiano nordestino, por exemplo; concretiza figuras importantes da história do povo, como Lampião e Maria Bonita; as músicas revelam a realidade de um povo resistente e que foi e ainda é a base da construção de um país forte e lutador.
Luiz Gonzaga em sua canção “A morte do vaqueiro” expõe a realidade do trabalhador sertanejo: “O vaqueiro nordestino / Morre sem deixar tostão. O seu nome é esquecido / Nas quebradas do sertão”
Se torna evidente que na construção do poder popular o vaqueiro precisa ser honrado. É preciso considerar que na construção da revolução brasileira marxista-leninista o campesinato será grande aliado do proletariado.
Os que discordam disso não entendem a ditadura do proletariado em sua essência, duvidam até do poder popular que há no campesinato. Construir o poder popular é também ver nas manifestações culturais a força do nosso povo.
A festa junina também foi recentemente considerada manifestação da cultura brasileira, através da Lei 14.555/23 que as reconhece como parte da cultura nacional e através do PL 943/2019 aprovado em março deste ano.
É preciso olhar com cuidado e carinho para o nosso povo e suas expressões culturais únicas. É preciso entender também como um festejo tradicional pode apontar a nossa resistência, a nossa luta e a nossa vida. Por isso, é nosso dever praticar a palavra de ordem: Valorizar, valorizar! A cultura popular!
*Militante da Unidade Popular