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sábado, 4 de maio de 2024

Nova gestão do DCE da UFRN expulsa rede que acolhe vítimas de assédio

A nova gestão do DCE da UFRN (Todas As Vozes) expulsou a sala da Rede Acolher, rede de acolhimento às vítimas de assédio dentro da universidade e que surgiu fruto da luta das estudantes contra o machismo. A atitude da gestão demonstra uma falta de comprometimento com a luta das mulheres e o enfrentamento à violência de gênero dentro da universidade.

Clarice Oliveira | Natal


MULHERES – Na noite do dia 10 de julho, a sala da Rede Acolher, rede de acolhimento às estudantes que são vítimas de assédio dentro da UFRN e localizada dentro do prédio do Diretório Central dos Estudantes (DCE), encontrava-se totalmente vazia e revirada. Todos os materiais e documentos que estavam dentro da sala foram mexidos pela gestão do DCE (dirigido pela juventude do PCdoB e pelas juventudes do PT).

Quem se deparou com a sala toda desarrumada foi uma das coordenadoras da rede, Kivia Moreira, que relatou: “Foi uma surpresa. Cheguei na sala para saber como estava e pegar um material do trabalho de mulheres. Mas, ao chegar, me deparei com a sala aberta (nós trancamos e temos a chave) e os materiais da rede foram todos arrancados”. Além da invasão e dos cartazes arrancados, materiais das vítimas atendidas pela rede também foram revirados e tocados, “[…] mexeram em documentos confidenciais que colocamos na sala para somente as profissionais da rede terem acesso. São dados e relatos sigilosos que foram invadidos. É um crime à vida das mulheres.”, afirma Kivia.

A Rede Acolher surgiu a partir da luta do movimento de mulheres e pela gestão passada do DCE (A UFRN Vale A Luta), que realizou diversos atos – noticiados pelo A Verdade anteriormente – dentro da universidade contra o assédio e denunciando os casos de assediadores impunes pela reitoria. Seu funcionamento é a base de profissionais voluntários e possui duas sedes, uma na Ocupação Emmanuel Bezerra e outra na sala do DCE-UFRN.

Segundo Kivia, “o movimento de mulheres e a Rede Acolher seguirão na luta pela vida das mulheres e contra o assédio na universidade. Nunca iríamos imaginar que uma entidade que deveria lutar junto conosco realizaria algo tão absurdo, mas resistiremos e não iremos recuar!”. 

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