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sábado, 27 de abril de 2024

Marcha em Brasília reúne mais de 500 mulheres da América Latina e do Caribe

A manifestação, que carregava o tema “Pelos direitos e pela emancipação das mulheres! Por uma América Latina e Caribe soberanos! Não à intervenção imperialista!”, entoou palavras de ordem durante todo o percurso. São diversas mulheres de 12 países que participam do evento, na Universidade de Brasília (UnB), nos dias 21, 22 e 23 de julho.

Claudiane Lopes | Brasília (DF)


MULHERES – A abertura do 3º Encontro de Mulheres da América Latina e do Caribe, nesta sexta-feira (21), foi marcada por uma grande marcha que reuniu mais de 500 mulheres na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF).

A manifestação, que carregava o tema “Pelos direitos e pela emancipação das mulheres! Por uma América Latina e Caribe soberanos! Não à intervenção imperialista!”, entoou palavras de ordem durante todo o percurso. São diversas mulheres de 12 países que participam do evento, na Universidade de Brasília (UnB), nos dias 21, 22 e 23 de julho.

A força da manifestação foi representada por vários movimentos de mulheres, movimentos feministas, sindicatos, entidades estudantis, trabalhadoras da cidade e do campo, mulheres LBTi+, mulheres com deficiências, indígenas, negras e quilombolas de todo o continente. 

Segundo Luz Eneida Mejía, do Movimento de Mulheres Trabalhadoras da República Dominicana, “as mulheres são uma força fundamental para a transformação social, não há democracia, nem justiça, nem soberania sem a participação organizada das mulheres”. Em seguida, Yanel Mogaburo, do Partido Comunista Revolucionário da Argentina, afirmou: “Nós mulheres fomos as que mais sofremos na pandemia, estamos aqui hoje pelas nossas filhas e por todas as mulheres. A luta de todo povo pela sua libertação é também a nossa luta”. 

Carlin Camacaro, do Movimento de Mulheres Ana Soto, da Venezuela, manifestou a importância da solidariedade latino-americana ao seu povo e às mulheres venezuelanas, que vivem constantes ataques do imperialismo norte-americano. Outra importante denúncia foi de Milagros Lerzundi, do Movimento de Mulheres pela Libertação Social do Peru, relatando que seu país passa por um momento de gigantescas manifestações em defesa da democracia e pelos direitos da classe trabalhadora.

Durante a caminhada, também fizeram saudações as companheiras Dora Flecha, do Paraguai; Julia Paredes, do Equador; Tânia, do Uruguai; Clara, de El Salvador e Cristina Cabib, Madres de la Plaza de Mayo (Argentina). Além disso, Ismari Ramirez Bautista, da Frente Popular Revolucionária, do México, declarou que as mulheres de seu país estão morrendo cada vez mais. O aumento do feminicídio é uma das suas principais bandeiras na luta pela vida das mulheres.

Encerrando as falas das delegações estrangeiras, Ana Cristina, da Colômbia, manifestou que o encontro é um espaço para fortalecer a luta revolucionária. “Nós, mulheres colombianas, sofremos com aumento da violência do Estado, que assassina milhares de lideranças políticas em nosso país, fruto do aumento da militarização e da presença do imperialismo”. 

Gabriela Gonçalves, da Coordenação Nacional do Movimento de Mulheres Olga Benario, afirma que a construção do 3º Encontro no Brasil fortalecerá as lutas das mulheres de todos os países presentes. “A gente não quer só sobreviver. Queremos viver e ter direto à comida, à terra, à moradia, ao emprego, a uma vida com direitos e dignidade. Nosso sofrimento é fruto do sistema capitalista, que assassina, explora e oprime milhões de mulheres e trabalhadores. Por isso, nos organizamos para lutar pelas nossas vidas e pelo socialismo”, afirma.

Leonardo Péricles, presidente da Unidade Popular (UP), também denunciou que o fascismo no Brasil foi derrotado nas últimas eleições, mas ainda é necessário permanecermos nas lutas e nas ruas para destruir a extrema-direita. “Bolsonaro estar inelegível foi uma pequena vitória, mas é preciso lutarmos para que ele e seus cúmplices sejam punidos, como também os golpistas e os torturadores em nosso país. As mulheres foram a linha frente contra o fascismo no Brasil. Elas são também as mais prejudicadas com as Reformas Trabalhista e da Previdência.

A marcha ainda teve a participação de Camila Félix (SinaseFe-Nacional); Rosângela Costa (Fasubra); Rocicléia Silva, (Quilombo Nossa Senhora do Bom Remédio, do Pará); Alda Lúcia (presidente da Fenametro); Carla Marcia Viana (Sintfub); Poliana Souza (Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas).

No encerramento, foi entregue um manifesto assinado por todos os países presentes entregue por Indira Xavier, do Comitê Preparatório Internacional, para as representantes do Ministério da Igualdade Social – Rachel Barros; Ministério dos Povos Indígenas – Jozileia Kaigang; e Ministério das Mulheres – Ísis Táboas. Todas se comprometeram publicamente a debater o documento e dar encaminhamentos às pautas.

Veja abaixo algumas fotos da manifestação.

Fotos: Layane Rodrigues, Manu Coelho, Camila Torres, Thiago Salvador, Victor Bravo

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