Manifestações contra a violência racista imposta ao povo negro são registradas em todo país. Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo tem as principais mobilizações. Todos os atos pediram justiça para Mãe Bernadete, brutalmente assassinada por pistoleiros no último dia 17.
Redação
LUTA POPULAR – Após uma série de casos de violência, movimentos negros e organizações políticas de todo país realizaram uma grande manifestação nesta quinta (24). Atos foram registrados em diversas capitais e cidades do interior.
Na Bahia, a população se reuniu no centro de Salvador para pedir justiça a todas as vitimas da violência no estado. A PM da Bahia é a que mais mata no Brasil e é conhecida por realizar uma série de chacinas nos últimos anos.
O povo baiano também foi às ruas para pedir justiça para Mãe Bernadete, principal liderança quilombola do Brasil, que foi assassinada brutalmente no último dia 17, dentro de sua casa. Após o ato, os manifestantes e a família de Dona Bernadete se dirigiram a Igreja do Senhor do Bonfim para a realização da missa de 7º dia da liderança quilombola.
A manifestação contou com a presença de vários movimentos sociais e políticos, incluindo o presidente nacional da Unidade Popular, Leonardo Péricles, único homem negro candidato a presidência em 2022. Até agora os assassinos e mandantes não foram presos e o governo estadual nada faz para parar a escalada de violência contra os quilombos da Bahia.
No Rio de Janeiro, milhares de pessoas se concentraram na Igreja da Candelária. O estado também vem sofrendo com vários episódios de violência policial e também organizada pelo crime organizado, principalmente as milícias. Na semana passada a menina Eloá, de apenas 5 anos, foi assassinada pela PM num operação na Ilha do Governador. No dia 7, um grupo de policiais militares assassinou a sangue frio o menino Thiago Flauzino, de apenas 13 anos.
O ato foi aberto pelos grupos de mães de crianças e adolescentes assassinados pela polícia no Rio. As mães de Manguinhos, da Maré, do Alemão e várias outras favelas denunciaram fortemente a violência.
Em São Paulo, o ato também reuniu milhares de pessoas saiu do MASP até a Praça do Ciclista, no centro. A manifestação contou com atuação unitária do movimento negro e de partidos e organizações políticas de esquerda.
São Paulo também sofreu recentemente com uma grande chacina cometida pela PM. No fim de julho, policiais militares iniciaram uma operação com objetivo de assassinar o máximo de moradores possíveis no Guarujá para poder se “vingar” da morte de um PM alguns dias antes.
Hoje, as polícias, o tráfico e a milícia fazem parte de uma enorme indústria da morte que causa assassinatos de pessoas pobres e negros em todo país. Em cada estado esta violência se manifesta com abordagens abusivas, prisões arbitrárias ou mesmo o assassinato a sangue frio registrado como “autos de resistência”.
As mobilizações de hoje se somam à luta contra o genocídio do povo negro que é patrocinado pelo Estado e a burguesia brasileiros. Os movimentos sociais prometem continuar nas ruas até que esta política da morte seja completamente vencida.