Categoria reivindica progressão de 20 h para 40 horas. Progressão é fundamental para garantir melhores condições de trabalho para docentes.
Redação AL
Cansados de esperar, docentes da Universidade de Ciências da Saúde do Estado de Alagoas, liderados pelo seu sindicato, realizaram na última quinta-feira, 3 de agosto, uma paralisação de 24 horas. A mobilização é um alerta antes da deflagração da greve, caso o governador Paulo Dantas (MDB) não garanta a progressão de carga horária dos professores da Instituição.
Atualmente, dos cerca de 300 docentes nenhum possui Dedicação Exclusiva e 60% trabalham em regime de 20 horas semanais. A situação mais grave é do curso de enfermagem que possui apenas 2 professores em regime de 40 horas, impactando diretamente no desenvolvimento das atividades de ensino, pesquisa e extensão.
“O que está em jogo é mais do que progressão do professor, é a condição de existência e condições de trabalho da universidade. Não dá para ser professor universitário com três empregos”, disse Jarbas Nunes, presidente da Associação dos Professores da Uncisal (Apro-uncisal), sindicato filiado ao Andes-SN.
Desde junho de 2022, a categoria aguarda pela concretização do edital de progressão, que ofertou vagas para 85 docentes passarem de 20h em 40 horas. Até o momento, nenhum docente teve progressão em sua jornada de trabalho. Pior, o governo Paulo Dantas, ao invés de valorizar o corpo docente, cortou 9 milhões do orçamento da universidade.
Para além da questão particular da educação, as servidoras e os servidores públicos também têm denunciado o desrespeito com o funcionalismo, oferecendo 5,79% de reajuste parcelado até 2024. Por isso, o Sindicato dos Auxiliares da Educação Escolar (SAE/AL) encontra-se em Estado de Greve e o Sindicato dos Profissionais da Educação (Sinteal) com greve de três dias deflagrada.
Presente na manifestação, o presidente municipal da Unidade Popular, Ésio Melo, se solidarizou com a luta da categoria e relembrou a vitoriosa ocupação estudantil em 2008, quando a Uncisal foi avaliada como pior universidade do Brasil e, a partir da luta, conquistou investimentos e concursos.
“A luta dos servidores e estudantes garantiram a existência dessa universidade e ela ser o que é hoje. Para que ela melhore e tenha, de fato, pessoas com dedicação exclusiva que pensem e produzam essa universidade, não podemos admitir que hoje a maioria dos seus servidores sejam de 20 horas. É preciso fazer, novamente, um grande levante de professores, técnicos e estudantes para defender a Uncisal e garantir respeito à educação. Podem contar conosco!”, afirmou o dirigente da UP.