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domingo, 22 de dezembro de 2024

É preciso lutar contra a violência policial

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No ano de 2022, a polícia militar se tornou responsável pelo alarmante índice de 30% das mortes violentas no estado do Rio de Janeiro. Em um intervalo de meros três anos, as forças policiais ceifaram a vida de ao menos 2.215 crianças e adolescentes em todo o país. No mês de dezembro de 2022, a região metropolitana do Rio de Janeiro testemunhou o assustador registro de 100 policiais alvejados por disparos.

Paulo Negrão | Cabo Frio (RJ)


BRASIL – A remuneração de um trabalhador que inicia o serviço como soldado na polícia militar é de R$ 5.233,88 por mês, incluindo os benefícios. Esse é o valor que, segundo o estado burguês, um indivíduo é considerado digno de arriscar sua própria vida e a de seus entes queridos.

Com acompanhamento psicológico quase inexistente e preparo insuficiente, a polícia militar funciona como uma fábrica de fascistas. Dentro dela, o policial tem sua ideologia limitada a uma perspectiva de ódio aos menos privilegiados, ao mesmo tempo em que se abriga na segurança de que suas ações dificilmente terão graves consequências.

A Polícia Militar tem suas raízes fincadas no século XIX, remontando à chegada de D. João VI ao Brasil e à subsequente criação de uma unidade militar destinada a desempenhar funções semelhantes às da guarda real de polícia de Lisboa, que permaneceu em terras portuguesas. Desde os primórdios de sua constituição até os dias atuais, a estrutura da polícia militar manteve-se praticamente inalterada.

Contrariando a narrativa falsa, é importante destacar que a missão da polícia militar não se concentra na proteção da população. Desde sua formação até suas intervenções, seu propósito fundamental reside na promoção dos interesses das classes privilegiadas brasileiras.

Se a polícia protege a população, poderíamos argumentar que ela falha em cumprir seu propósito, não é verdade? Considerando as sucessivas chacinas, ocorrências de balas perdidas e tragédias como as de Ágatha e Thiago Menezes, que são apenas algumas das inúmeras “fatalidades” decorrentes das operações policiais frequentemente realizadas nas regiões periféricas do Rio de Janeiro.

No entanto, infelizmente, esta conclusão é falsa. A polícia militar executa exatamente aquilo para o qual foi concebida. Ela desempenha o papel de conter a população menos favorecida. Intensifica cada vez mais o isolamento das áreas periféricas. Cultiva um ambiente de apreensão entre os indivíduos pobres, enquanto protege os interesses da elite.

No ano de 2022, a polícia militar se tornou responsável pelo alarmante índice de 30% das mortes violentas no estado do Rio de Janeiro. Em um intervalo de meros três anos, as forças policiais ceifaram a vida de ao menos 2.215 crianças e adolescentes em todo o país. No mês de dezembro de 2022, a região metropolitana do Rio de Janeiro testemunhou o assustador registro de 100 policiais alvejados por disparos.

São trabalhadores que, diante da ausência de oportunidades, acabam tragados pelo fascismo, transformando-se em meras engrenagens dessa cruel maquinaria de esmagamento humano. Nesse processo, perdem não apenas a sua individualidade, mas também o senso crítico, renunciando às próprias convicções para se converterem em instrumentos de manutenção do poder da elite. 

O que podemos fazer?

É preciso que a classe trabalhadora se organize. A única força que os trabalhadores têm na luta por uma vida mais digna é a organização, que se apresenta como via para pôr um fim definitivo às práticas fascistas perpetradas pela polícia militar no Rio de Janeiro. A disparidade de recursos é evidente: eles detêm o poder financeiro, armamentista e o aval do estado burguês.

Nós, por outro lado, carregamos a chama da insurreição dos oprimidos. É necessário que nos dediquemos a debater soluções concretas para combater o genocídio negro nas periferias. Este assunto deve ser central nos discursos e nas agendas da nossa organização.

Diante de nós se encontra um inimigo declarado do povo trabalhador, que patrulha as ruas com hostilidade, nutrindo um desejo de extermínio. Este adversário não é indivíduo isolado, mas sim uma vasta força organizada, arraigada no fascismo.

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