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quinta-feira, 2 de maio de 2024

Mais de 200 estudantes em Fortaleza vão às ruas pela reforma de suas escolas

Os estudantes do Ensino Médio do Ceará em conjunto com a União dos Estudantes Secundaristas da Região Metropolitana de Fortaleza (UESM) vão às ruas contra a falta de estrutura em suas escolas e por uma educação de maior qualidade. A UESM também tirou uma jornada de lutas contra o Novo Ensino Médio.

Milenne Barbosa e Sarah Rodrigues* | Fortaleza


EDUCAÇÃO – Na terça-feira (22), a União dos Estudantes Secundaristas da Região Metropolitana de Fortaleza (UESM) realizou uma manifestação que reuniu estudantes representando mais de 10 escolas para apresentar uma carta com variadas reivindicações dos estudantes, que iam desde mais estrutura nas escolas até denuncias de casos de machismo e LGBTfobia. O protesto aconteceu em frente ao Palácio Da Abolição em Fortaleza, sede do escritório do Governo do Estado.

Dentre as reivindicações estavam, por exemplo, a falta de porta em banheiros e salas de aula, obras inacabadas como a quadra da Escola Estadual de Educação Profissional Joaquim Nogueira, que está com o espaço inutilizável há anos por causa da não finalização da obra. Além disso, a escola conta com três banheiros femininos, entretanto, apenas um está funcionando, sendo o único sem chuveiro, o que afeta as estudantes concluintes que estagiam pela tarde e necessitam de banho antes da saída da escola.

Outra demanda urgente das escolas é a manutenção dos dispositivos de ar-condicionado, tendo em vista que as salas foram projetadas para funcionarem climatizadas, mas com o equipamento quebrado se torna insustentável permanecer assistindo aula enquanto se enfrenta o calor. Para mais, a falta de água é constante no cotidiano dos estudantes, acarretando muitas vezes na liberação mais cedo do horário letivo.

Conforme o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), o Estado do Ceará está na 3° posição do ranking nacional de melhor educação do ensino médio e lidera em 1° lugar na melhor educação do ensino fundamental. Dessa forma, é propagandeado pelo governo como uma educação de qualidade. Contudo, a realidade que presenciamos no cotidiano das escolas não condiz com esse resultado, pois com esses dados é necessário a valorização ainda maior das escolas, a manutenção constante da estrutura e mais investimentos!

A revogação do Novo Ensino Médio é pra já!

Outra pauta do ato foi a revogação do Novo Ensino Médio (NEM), bandeira que vem sendo levantada em todo país pelo movimento Rebele-se e que continuará sendo tocada sem cessar até que o Governo Federal revogue a reforma e apresente um modelo pensado verdadeiramente na escola do futuro, sem cortes de verbas, com a garantia de disciplinas essenciais ao pensamento crítico e que não destine recurso público para a instituições privadas de ensino. Por isso, a UESM defendeu no ato que a SEDUC realize uma audiência pública com os estudantes sobre o Novo Ensino Médio.

Sendo assim, os estudantes presentes no ato participaram com combatividade e energia, e após muita pressão, o Secretário Executivo de Articulação Política, Miguel Braz, recebeu as representações estudantis e se comprometeu em garantir que as demandas da carta fossem atendidas. Outro pedido dos estudantes foi uma reunião com a responsável pela Secretaria de Educação do Estado, o que também foi encaminhado na reunião.

Encontro de grêmios na Escola Adauto Bezerra. Foto: UESM

Por fim, o ato fez parte de uma agenda de luta tirada para o mês de agosto pela UESM, que se iniciou com um Encontro de Grêmios realizado dia 19 na Escola Estadual Adauto Bezera, que aprovou a carta e teve como convidadas a Iael de Souza – Política Social e Educadora, Milenne Barbosa – Diretora de Políticas Educacionais da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) pelo movimento Rebele-se, Adelita Monteiro – Secretaria de Juventude do Estado do Ceará (SEJUV), Sâbara Paula – Diretora do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES), Levi Rabelo pela União da Juventude Rebelião (UJR) e Beatriz Melo pela Unidade Popular (UP). Na condução da mesa esteve a Sarah Rodrigues pela UESM. Vale destacar a participação da artista Estrela que também trouxe conhecimento através da cultura do hip-hop, apresentando um slam no espaço.

*militantes do Movimento Rebele-se

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