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sexta-feira, 3 de maio de 2024

Metrô do Recife permanece com ameaça de privatização

A continuidade da greve por tempo indeterminado foi confirmada durante a Assembleia dos Metroviários, ocorrida na segunda-feira (14), na Praça da Greve, em Recife.

Jesse Lisboa | Recife


TRABALHADORES – A iminência da privatização do Metrô do Recife permanece uma preocupação para o povo trabalhador, uma vez que o sistema segue inserido no Plano Nacional de Desestatização (PND), do Governo Federal. A inclusão no plano sinaliza a intenção do governo de transferir a gestão do metrô para o setor privado, gerando impactos negativos nas operações, na qualidade do serviço oferecido à população e nos direitos dos trabalhadores envolvidos. 

A título de exemplo, após a privatização da CBTU-MG, a realidade que se estabeleceu nos meses seguintes demonstra os efeitos negativos que podem ser desencadeados com essa medida. Os impactos diretos sobre os trabalhadores do setor são explícitos, manifestando-se através do aumento de casos de assédio moral e da retirada de direitos. Em particular, as metroviárias foram alvo de ações que oprimiram seus direitos, incluindo benefícios vitais, como auxílio-creche, licença maternidade e proteção às gestantes.

O Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) é um plano de investimentos que destinará R$ 1,7 trilhão para nove eixos de atuação até 2026, visando estimular o desenvolvimento econômico do Brasil. O investimento apresentado para o Metrô do Recife é de apenas R$ 4 milhões, sendo estes apenas para estudos de requalificação, representando uma fração ínfima das necessidades estimadas de até R$ 4 bilhões. Além disso, esses recursos estão destinados exclusivamente a análises, não garantindo efetivamente a reestruturação necessária.

Nota da CBTU

Sobre a continuação da greve, em nota, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) anunciou o ingresso de uma ação cautelar no Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região, na manhã desta segunda-feira (14). No período da noite, uma liminar foi deferida, estipulando a operação integral de 100% nos horários de pico (das 05h30 às 08h30 e das 17h às 20h). Contudo, o Sindicato dos Metroviários de Pernambuco tem pautado suas demandas em busca de melhorias para a categoria, assim como para os usuários do serviço de transporte. A categoria exige a exclusão da CBTU do Programa Nacional de Desestatização, evidenciando a importância de manter o metrô como um serviço público acessível e comprometido com a qualidade do transporte urbano.

É urgente a estatização de todos os setores do transporte urbano, a fim de uma mobilidade eficiente e acessível para o povo. A estatização possibilita um controle mais direto sobre os serviços, em políticas como o Passe Livre, expansão da rede do transporte, em melhorias na qualidade dos veículos e infraestrutura, além de incentivar a redução do uso de veículos individuais, contribuindo para a diminuição de congestionamentos no trânsito.

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