As brigadas do jornal A Verdade são atividades fundamentais do nosso partido e movimentos. São momentos de agitação política e formação da nossa militância.
Cadu Machado | São Paulo
IMPRENSA – O último ano foi de grandes avanços para nosso jornal, que se tornou quinzenal, inaugurou uma nova identidade visual, duplicou suas vendas, passou a ter um conselho editorial, entre outras mudanças.
Esta nova fase de nosso trabalho apresenta novos desafios, que só poderão ser resolvidos aperfeiçoando nossos métodos de direção e elaborando novos métodos de trabalho.
Pontos centrais para isso são o aumento das vendas das Brigadas Nacionais e a melhoria da prestação de contas de nossas vendas.
O papel das brigadas no avanço do jornal
Aos novos leitores, brigada é o nome que damos à venda coletiva de jornais. Dias em que militantes se organizam e vão às ruas apresentar o jornal para milhares de trabalhadoras e trabalhadores.
As brigadas do jornal A Verdade constituem uma atividade política fundamental para nosso partido e movimentos. São momentos de agitação política e de formação de nossos militantes.
Durante as brigadas do jornal, avaliamos a conjuntura, propomos aos trabalhadores o que fazer para mudar sua situação de vida e ouvimos suas reações, revisamos nossa posição entre o povo e apresentamos o programa da revolução, aumentando a influência de nossa ideologia entre a classe trabalhadora.
Mas além do papel político e ideológico que as brigadas cumprem, elas também vêm se tornando o principal espaço de vendas do jornal, chegando a representar mais da metade dos jornais vendidos a cada quinzena por alguns estados.
A Brigada Nacional é um dos dias mais importantes do calendário da militância. Ocorre todo primeiro sábado após a chegada da nova edição do jornal impresso.
Neste dia, a militância de todo o país vai às ruas com o jornal em mãos, fazer agitação política do editorial daquela quinzena.
Uma experiência positiva na organização das Brigadas Nacionais
A política de Brigadas Nacionais foi implementada no período seguinte às coletas de fichas de apoio para a legalização da Unidade Popular. Os militantes estavam acostumados com o trabalho e já tinham seus sábados reservados ao trabalho militante. Esses aspectos foram aproveitados e as brigadas ocuparam em parte este calendário.
Além de aumentar o número de exemplares vendidos, as Brigadas Nacionais também melhoraram a relação dos militantes com o jornal, que passaram a ter contato com os exemplares e sua política editorial no começo do mês (atualmente quinzena).
Este efeito das Brigadas Nacionais não pode ser medido quantitativamente, mas desde o início desta política, recebemos relatos de nossa militância falando das brigadas como sua atividade favorita, por ser momento de transmitir nossa política para o povo, que a recebe bem.
A organização das brigadas
Além do calendário, as Brigadas Nacionais também herdaram parte da metodologia das coletas de assinaturas da UP. Em São Paulo, seguimos utilizando o mesmo método de mobilização.
Na semana que antecede a brigada, uma mensagem escrita pelos responsáveis pelo jornal é encaminhada aos grupos da UP e dos movimentos. Esta mensagem contém um resumo da linha editorial daquela quinzena, uma convocatória para o dia da brigada, algumas orientações e a meta estabelecida para edição.
Depois do cabeçalho com as informações descritas, segue um calendário com dias, locais e horários em que haverão equipes nas ruas.
A partir do envio desta mensagem base nos grupos, os brigadistas a copiam, colocam seus nomes no horário e local que participarão da brigada e reenviam no grupo.
Esta mobilização começa na segunda-feira que antecede a brigada e vai até quinta-feira, quando as equipes são fechadas para que os responsáveis pela logística possam organizar a chegada dos jornais.
Terminada a etapa de mobilização, inicia a preparação para a brigada. O primeiro passo é avaliar os locais e se não há nenhuma equipe mal alocada.
Por exemplo: 10 militantes colocam o nome para realizar a brigada em um bairro onde sabemos que as brigadas vendem cerca de 20 jornais. É papel do responsável pelo jornal indicar que aquela brigada não vai aproveitar todo o potencial daqueles militantes e trabalhar para realocar parte deles para outro ponto de brigada.
Para fazer essa avaliação, além da experiência, é importante ter orientações claras sobre a formação das equipes e critérios mínimos a serem cumpridos por cada uma.
A primeira orientação deve ser sobre a formação das equipes de brigadistas. Com raras exceções de pontos de enorme aglomeração, equipes pequenas tendem a render mais.
A orientação geral é que sejam formadas por 3 a 5 militantes, que realizem pelo menos três horas de brigada e vendam pelo menos 10 jornais por brigadista, sendo assim, de 30 a 50 jornais por equipe.
Estas orientações são importantes para a organização logística. É fundamental que cada brigadista tenha pelo menos seus 10 jornais disponíveis para venda. Isso precisa ser levado em consideração na hora de organizar a distribuição para que nenhum brigadista fique sem jornais.
Esta logística pode assumir diferentes formas, mas de forma geral a preparação final das brigadas é executada pelos coletivos de base, sob orientação dos responsáveis regionais.
Esse processo se inicia ainda durante o pedido dos jornais. Os secretários solicitam a quantidade de jornais para seu coletivo na próxima quinzena, se baseando nas cotas individuais dos militantes, somados à quantidade de jornais que vão precisar para a Brigada Nacional.
Sendo assim, as cotas das Brigadas Nacionais são levadas aos locais pelos secretários dos coletivos de base.
Quando faltam jornais para a quantidade de militantes confirmados, os jornais são realocados entre coletivos para garantir que todos tenham a quantidade necessária.
A realização da Brigada Nacional
O sábado da Brigada é um calendário especial para todas as nossas organizações.
A primeira luta política em torno deste dia é para que a Brigada seja prioridade absoluta.A indicação geral é que nenhuma outra atividade seja marcada no mesmo dia, garantindo exclusividade da militância para o jornal. Quando é inevitável o conflito de agendas, é importante que a brigada seja considerada critério de participação para a outra atividade. Ou seja, o militante só pode participar da atividade, caso tenha ido à Brigada em outro turno.
Definitivamente, este debate não é simples, mas precisa ser encarado.
Depois de garantir a presença dos brigadistas, é importante orientar a todos politicamente e ensinar os mais novos sobre o método. Para isso há duas indicações:
- Que os militantes assistam o programa “Café com A Verdade” no Youtube, que discute quinzenalmente o editorial do jornal;
- A realização de centralizações antes do início das vendas. Nesse momento a equipe lê e debate a matéria editorial, orienta sobre como será a atividade, tira dúvidas e define sua meta.
Realizadas as centralizações, é hora de falar com o povo e vender os jornais.
A forma como isso acontece depende muito do lugar em que se realiza a brigada. Em alguns lugares um militante fala na caixa de som enquanto outros abordam quem passa; em outros se bate de porta a porta para vender e; ainda tem as brigadas nos ônibus e trens, onde um militante faz uma fala, enquanto os outros distribuem os jornais aos passageiros e depois passam recolhendo as contribuições e os jornais não vendidos.
A prestação de contas das equipes de brigadistas
A prestação de contas dos jornais vendidos na Brigada Nacional precisa ser realizada rapidamente, principalmente desde que o jornal se tornou quinzenal.
O prazo estipulado para que todos os comprovantes sejam anexados ao sistema de prestação de contas é a terça-feira seguinte à Brigada.
Para isso, utilizamos as mesmas mensagens que elaboramos na mobilização. Cada equipe, conforme as brigadas vão se encerrando, adiciona a quantidade de jornais vendidos, quanto foi arrecadado e quem ficou responsável por depositar o dinheiro na própria mensagem.
É assim que sabemos quanto foi vendido e quem deve ser cobrado.
A importância da prestação de contas para a manutenção e o crescimento do jornal
O trabalho de agitação e propaganda com o jornal é primordialmente político, mas também é econômico, tendo em vista que o jornal é também uma empresa. Não uma empresa capitalista com foco na reprodução do capital, mas uma empresa socialista.
Segundo a III Internacional Comunista: “O jornal comunista deve tentar ser uma empresa comunista, isto é, uma organização proletária de combate, uma associação de operários revolucionários, de todos os que escrevem regularmente para o jornal, que o compõem, imprimem, administram, distribuem, reúnem o material de informação, discutem e elaboram nos núcleos, enfim, que agem cotidianamente para distribuí-lo, etc”
Para garantir sua manutenção e crescimento, é necessário constante debate, planejamento e execução das políticas do jornal, acompanhadas e submetidas a um constante ciclo de prestação de contas.
A prestação de contas se dá em diferentes níveis e de formas variadas. A mais importante delas é a prestação de contas políticas, quando debatemos o papel que o jornal cumpre em cada uma de nossas organizações, coletivos e movimentos, avaliando assim o papel que o jornal cumpre no desenvolvimento da revolução brasileira.
Mas também é importantíssimo o acompanhamento da prestação de contas financeiras do jornal, já que o jornal precisa se sustentar materialmente para poder seguir sua luta revolucionária independente do financiamento burguês.
Sendo assim, é importantíssimo profissionalizarmos nossa prestação.
O novo método de prestação de contas
Atualmente o método de prestação e acompanhamento das vendas do jornal é elaborado e implementado de forma local. Isso dificulta o acompanhamento nacional das prestações e impede o crescimento do trabalho em localidades que possuem menores condições técnicas.
Para avançar, avaliou-se a necessidade de unificar o método de prestação em todo o país, utilizando a experiência de automatização da prestação elaborada e implementada em alguns estados.
Sendo assim, nos dedicaremos nos próximos meses a implementar este novo método em todos os estados, com apoio do departamento comercial e do coletivo do jornal sediado em São Paulo, que acompanharão a implementação e realizarão o suporte técnico necessário.
Para lidar com novas tarefas, são necessárias novas forças e métodos corretos. Não é possível continuar avançando o trabalho do jornal A Verdade sem formar novos agitadores e propagandistas, envolver todas as nossas organizações neste trabalho e elaborar métodos adequados aos novos desafios que precisamos enfrentar.
Seguimos precisando “realizar as brigadas nacionais e garantir a prestação de contas”, brigadas cada vez maiores e prestações cada vez melhores.