No último mês, o povo equatoriano foi às urnas em plebiscito e votou contra a exploração de petróleo em uma área da Amazônia. Para garantir os interesses das grandes empresas, governo neoliberal de Guilhermo Lasso não quer cumprir a vontade a vontade popular.
Igor Marques | Rio de Janeiro
INTERNACIONAL — No final do último mês de agosto, o povo equatoriano foi às urnas em uma eleição marcada pela violência dos cartéis e dos setores mais reacionários da burguesia local. Além das eleições extraordinárias gerais, ocorreram também plebiscitos que consultavam a população acerca da exploração de petróleo e minérios em áreas de interesse socio-ambiental.
Como repercutido pelo Jornal A Verdade, 59% dos equatorianos votaram pela proibição da extração de petróleo da área de proteção ambiental de Yasuní, localizada na Amazônia Equatoriana. Essa área é considerada de grande Biodiversidade e possui dezenas de povos originários.
Porém, para atender os interesses dos monopólios estrangeiros, o governo Lasso não aceita a vontade popular.
Governo Lasso não aceita vontade do povo
Os movimentos sociais e os povos originários do Equador lutam há mais de 10 anos pela realização do plebiscito. Nas massivas manifestações de rua ocorridas no país desde 2019, a população levantava a bandeira de luta contra a exploração capitalista do meio ambiente e os ataques aos povos indígenas.
O governo, no entanto, não realizava o plebiscito sob pressão do lobby dos monopólios internacionais e por causa da massiva crise política em que vivia.
Mesmo com 59% da população votando pela proibição da extração do petróleo, Lasso não cumpre as disposições. O plebiscito obrigava o fim da expansão e dos investimentos na área de forma imediata e o fim da exploração, com a retirada do maquinário, em até 18 meses e o presidente e seu ministro de Energia deixaram claro a posição de continuar a extração.
Essa posição é um ataque ao povo equatoriano, aos povos originários de toda a Amazônia e ao planeta. Segundo o governo, a continuidade da exploração é necessária pela sua alta rentabilidade e pela dificuldade na retirada da maquinaria.
O avanço das atividades de garimpo e de extração de petróleo na Amazônia traz imensos prejuízos ao meio ambiente e aos povos indígenas, como pudemos ver nos sucessivos ataques ao povo Yanomami e às terras de sua reserva. E o governo Lasso prefere ignorar todas essas questões para defender o lucro das grandes empresas.
Construir a luta internacional em defesa da Amazônia
Nas últimas eleições, apenas os candidatos do partido Unidad Popular e da coligação Claro que se Puede!, do candidato a presidente Yaku Pérez, mobilizaram pela proibição.
Construir a luta internacional contra o avanço da exploração capitalista da Amazônia, em defesa dos povos originários da região e pelo Socialismo é fundamental para o futuro da humanidade e a luta contra as mudanças climáticas.
As organizações e movimentos sociais de esquerda do Equador e nós da Unidade Popular continuaremos mobilizados na luta contra essa medida autoritária do governo Lasso em meio ao processo do segundo turno das eleições presidenciais do pais.