Recife apresenta o índice de desemprego mais alto entre todas as capitais brasileiras no segundo trimestre de 2023. Além da região metropolitana, o estado de Pernambuco também apresenta o maior índice de desocupação do Brasil.
Jesse Lisboa | Recife
A incapacidade do sistema capitalista em garantir o direito básico ao trabalho para a população é um problema global, e essa incapacidade é explícita na cidade do Recife, em Pernambuco, especialmente a partir de pesquisas estatísticas recentes. No segundo trimestre de 2023, Recife registrou a maior taxa de desemprego entre todas as capitais do Brasil. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação na Região Metropolitana do Recife atingiu 16,9%, superando as demais cidades do país.
Além da região metropolitana, o estado de Pernambuco também apresenta o maior índice de desocupação do Brasil, com 14,2%, isto é, 600 mil pessoas. A gestão da governadora Raquel Lyra (PSDB) tem se mostrado defensora do setor privado em detrimento da qualidade de vida da classe trabalhadora, contribuindo para a continuação desse problema. As políticas que priorizam as privatizações de setores públicos e os cortes no seu orçamento negligenciam os direitos dos trabalhadores, tornando ainda mais difícil para aqueles que estão desempregados ou empregados informalmente.
É importante notar que, embora a taxa de informalidade em Pernambuco tenha registrado uma leve queda de 0,7% em relação ao trimestre anterior, ainda permanece muito alta, com 48,1% da população ocupada trabalhando sem carteira assinada. Esse dado evidencia a situação vivida por quase metade de todos os trabalhadores pernambucanos, que continuam enfrentando condições de trabalho precárias e falta de auxílios por parte do Estado.
A pandemia
Durante os últimos três anos, a pandemia da COVID-19 agravou a situação precária de todos os trabalhadores, especialmente aqueles que não possuem carteira assinada e são forçados a aceitar as piores condições possíveis para sobreviver. O reflexo dessa situação ainda é sentido nos dias de hoje, pois não houve políticas públicas efetivas a favor da reparação desse cenário.
O Estado de Pernambuco sempre manteve a taxa de desocupação acima da média brasileira, no entanto, com a pandemia esse índice foi acentuado, chegando a mais de 20% no primeiro semestre de 2021. Hoje, esse índice se mantém em torno dos 14%, o que ainda representa um valor extremamente alto. A recuperação econômica após os impactos da pandemia deve ser prioridade do atual governo, o que exige esforços para desenvolver políticas públicas voltadas para melhoria das condições de trabalho.