O 4 de setembro é celebrado por todos os militantes do PCR como o Dia do Heroísmo Revolucionário, o dia em que a ditadura tentou destruir o Partido e não conseguiu.
Heron Barroso | Redação
EDITORIAL – Este 04 de setembro marca os 50 anos dos covardes assassinatos de Manoel Lisboa, Emmanuel Bezerra e Manoel Aleixo pela ditadura militar. Os três eram dirigentes do Partido Comunista Revolucionário (PCR) e lutavam contra o regime militar fascista, imposto após o golpe de 1964.
Fundado em maio de 1966, o PCR tinha como objetivo derrubar a ditadura dos generais e dos patrões e instaurar em seu lugar um governo revolucionário dos trabalhadores, o socialismo.
Para isso, seus militantes se lançaram a um intenso trabalho de agitação, propaganda e organização de operários, camponeses e estudantes. Guiado pelo marxismo-leninismo, o Partido, mesmo debaixo das mais duras perseguições, logo conquistou uma grande força na juventude, na zona rural e crescia sua influência na classe operária em vários os estados do Nordeste, tendo realizado com êxito dezenas de ações revolucionárias.
Os militares temiam o crescimento do PCR. Sabiam que, se nada fizessem, em pouco tempo as massas se levantariam contra a odiosa ditadura. Foi então que decidiram destruir o Partido, eliminando seus principais quadros.
Em 1971, Amaro Luiz de Carvalho, o Capivara, foi assassinado na Casa de Detenção do Recife, quando faltavam menos de dois meses para ganhar a liberdade. Entre 1971 e 1972, outro militante do PCR, Amaro Félix Pereira, o Procópio, liderança dos trabalhadores rurais de Barreiros (PE), foi sequestrado e desaparecido.
Em 1973, o cerco aos comunistas revolucionários aumentou. A polícia conseguiu pôr as mãos em Aleixo, Emmanuel e Manoel. Por dias seguidos, os três foram selvagemente torturados: pendurados no pau-de-arara, levaram choques elétricos, tiveram partes de seus corpos cortados e queimados, dentes e unhas foram arrancados.
Os torturadores, certos de que, mais cedo ou mais tarde, conseguiriam deles as informações necessárias para prender outros militantes e acabar com o Partido, seguiram com as sevícias dia e noite. Ledo engano. Os três nada falaram. Mantiveram-se dignos e firmes como uma rocha, como deve fazer todo revolucionário proletário. Venceram as torturas e entraram para a história como verdadeiros heróis do povo brasileiro.
Assim, o 04 de setembro é celebrado por todos os militantes do PCR como o Dia do Heroísmo Revolucionário, o dia em que a ditadura tentou destruir o Partido e não conseguiu.
“O PCR vive, luta e avança!”
Naquele dia, os torturadores, desmoralizados, afirmaram aos demais presos, referindo-se a Manoel Lisboa: “Um igual àquele vocês não vão encontrar nunca mais”. Outro engano. O PCR não apenas resistiu às perseguições e prisões do regime fascista, como se desenvolveu. Hoje, está presente de Norte a Sul do Brasil, é membro da Conferência Internacional de Partidos e Organizações Marxistas-Leninistas (CIPOML) e, através das brigadas do jornal A Verdade e das lutas que organiza, cresce sua força e influência na sociedade.
De fato, não há uma só luta onde a bandeira vermelha da foice e do martelo do PCR não tremule, denunciando a injustiça, incentivando a revolta contra a exploração, organizando a rebeldia, levando uma palavra de apoio aos que sofrem, mas enfrentam os poderosos.
E isso só é possível porque, todos os dias, seus militantes – jovens, mulheres, negros, trabalhadores, pobres – inspiram-se no exemplo e na luta de Amaro Luiz de Carvalho, Amaro Félix Pereira, Emmanuel Bezerra dos Santos, Manoel Aleixo da Silva e Manoel Lisboa de Moura para desenvolver o trabalho revolucionário em cada bairro, ocupação, escola, fábrica e universidade do país.
A melhor homenagem que podemos prestar aos heróis do Partido é continuar o trabalho pelo qual deram suas vidas até a vitória. Por eles, não daremos nenhum passo atrás. Ao contrário, redobraremos nossos esforços para promover centenas de novas ocupações com o MLB, conquistar sindicatos e realizar greves operárias com o MLC, unir as mulheres no Movimento Olga Benario, organizar a rebelião da juventude na UJR e escrever pelos muros do país: “O PCR vive, luta e avança!”.
Editorial publicado na edição nº 278 do Jornal A Verdade.