UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

domingo, 22 de dezembro de 2024

Escalada de violência envolvendo a PM cresce em Pernambuco

Outros Artigos

Chacina em Camaragibe deixa explícita o contexto da violência em Pernambuco. É necessária a desmilitarização policial e avançar no debate da segurança pública.

Well Gomes e Redação PE | Recife


BRASIL – Na madrugada da sexta-feira (15/09), em Camaragibe, município da Região Metropolitana do Recife, uma chacina repercutiu em todo o país: seis pessoas de uma mesma família foram assassinadas na madrugada, coincidentemente após dois policiais militares terem sido mortos horas antes em um confronto. O suspeito envolvido na morte dos PMs possuía licença para uso de armas, o chamado CAC (Colecionador, Atirador ou Caçador). Tal situação ocorre justamente quando a sociedade debate a crescente onda de violência envolvendo a truculência das PMs em SP e na Bahia e a postura dos governos estaduais sobre a questão da segurança pública. 

No ocorrido em Camaragibe, 5 familiares de Alex, suspeito pelo assassinato dos 2 PMs, foram assassinados brutalmente com características de revanche ou vingança, aumentando o já instaurado clima de impunidade no estado. Reféns dessa violência desenfreada vemos a classe trabalhadora das periferias. O nível de violência é tão sem precedentes que uma das vítimas da chacina em Camaragibe registrou o ocorrido poucos momentos antes de falecer por meio de uma ‘live’ no Instagram. Na filmagem é possível ver homens encapuzados e armados cometendo o crime. Vale lembrar que Pernambuco tem 5 das 50 cidades mais violentas do país com mais de 100 mil habitantes (dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública). 

Violência estrutural X Impunidade 

Desde a implementação da Polícia Militar, o povo pobre e periférico é subjugado pelos atos agressivos e assassinos sob a premissa irreal de alcançar uma paz que nunca vem. A verdade é que a PM é um instrumento burguês que usa da violência para garantir a manutenção do capitalismo.  A população pobre tem medo da PM que deveria servir e proteger. 

Por outro lado, nos últimos quatro anos, o governo do fascista Bolsonaro liderou um verdadeiro “libera geral” para as armas de fogo, contribuindo diretamente com o crescimento da violência e da impunidade. Segundo dados obtidos pela Lei de Acesso à Informação, nos últimos 4 anos houveram um aumento de 745% de crimes cometidos por CACs. Mais: só de 2019 a 2022 foram liberados 904 mil registros dessa atividade no território nacional. Some-se isso com a eleição de governadores da extrema direita, como Tarcísio de Freitas, ou representantes das elites locais, como Gerônimo Rodrigues, que apesar de ser do Partido dos Trabalhadores (PT) segue a política de extermínio deixada pelo seu antecessor Rui Costa, também do PT. Em Pernambuco temos Raquel Lyra, do PSDB, eleita prometendo mais repressão para solucionar a violência no estado. 

Desmilitarização 

Enquanto a polícia continuar militarizada, a periferia continuará sendo vítima de operações ineficazes que apenas sacramentam a necropolítica brasileira. Por isso, é necessária a desmilitarização da polícia, de forma que ela fique mais próxima da instância civil, a fim de proibir o uso da força para subjugar inocentes. Além disso, é necessário avançar o debate sobre segurança pública, porque a forma que ela opera atualmente tem somente uma função: manter, por meio da força, esse regime que beneficia apenas a burguesia, com uma polícia que morre e que mata tendo as comunidades pobres como pano de fundo. 

Conheça os livros das edições Manoel Lisboa

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Matérias recentes