Segundo relatório do Monitor de Feminicidios no Brasil, o estado ocupa a posição atrás apenas de São Paulo e Minas Gerais. A média de feminicidios paranaense é seis vezes maior à média nacional.
Gabriela Torres | Redação Paraná
BRASIL – O estado do Paraná alcançou a dura posição de terceiro lugar em quantidade de feminicidios contabilizados em 2023, segundo relatório do Laboratório de Estudos de Feminicidio (LESFEM), construído por pesquisadoras da UEL com a Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres (SMPM) de Londrina.
O levantamento é baseado nas notícias veiculadas durante o primeiro semestre de 2023, e contabiliza tanto as tentativas registradas quanto os feminicidios consumados. A média nacional é de 3,32 feminicidios concretizados por dia, e os três estados com o maior número de assassinatos misóginos são São Paulo, com 122 casos; seguido de Minas Gerais, com 90; e Paraná, totalizando 62 mortes até o mês de julho.
Em 72% das ocorrências, o assassino é marido ou ex-marido da vítima, e os finais de semana são a maioria dos momentos em que o crime acontece, sendo 19% no domingo. As mulheres mais jovens são as mais violentadas: 216 vítimas do total estavam na faixa de idade entre 25 e 36 anos de idade apenas.
Para Emily Kaiser, trabalhadora da saúde e integrante do Movimento de mulheres Olga Benario, a realidade de violência que as mulheres vivem é fruto do avanço no fascismo na América Latina e no Brasil: “Esse aumento de feminicidio e da violência de gênero contra a mulher é o reflexo de uma política fascista por parte do governador do estado do Paraná, Ratinho Junior, aliado do ex-presidente fascista Jair Bolsonaro. Essa política que privilegia quem já é rico e tem acesso a tudo que a sociedade oferece, deixando à margem da miséria e da desgraça todo mundo que depende do sistema público de saúde e de um salário mínimo para sobreviver”, afirma a enfermeira.