Para dar continuidade aos relatos dos brigadistas do jornal A Verdade, iniciados na edição nº 280, trazemos mais alguns compartilhados ao redor do país.
Queops Damasceno e Mariana Belfort | Redação
JORNAL – A presença do jornal nas ruas rende bons frutos para o avanço da organização política dos trabalhadores. Como diz Pedro Gabriel (SC), “foi nos atos de rua que conheci essa imprensa independente e a Unidade Popular [UP]. A constância dos brigadistas me chamou atenção e logo fiz contato com a militância para conhecer mais”. Hoje, ele lê, divulga e pega uma cota para vender sempre que pode, afinal, “é uma ferramenta importante para aprimorar a consciência de classe”.
Brenda Mingheli conta que, no Rio de Janeiro, “o jornal é utilizado como centro da política nos movimentos de massa”. Ou seja, desde as assembleias para a formação de um grêmio estudantil, até a disputa de um sindicato ou a construção de uma Casa de Referência contra a violência às mulheres, é possível encontrar conteúdo no jornal capaz de mobilizar as atividades e dar coesão aos trabalhos. No mesmo sentido, “o jornal transforma os novos filiados da UP, rapidamente, em grandes agitadores do socialismo”.
Uma vez que o jornal possui tiragem regular, é importante manter uma constância nos locais de brigada. De acordo com Gabriella Santana, “em Florianópolis [SC], as brigadas nacionais acontecem ao lado do mercado público na cidade, no local conhecido como ‘esquina da UP’, e de forma simultânea também acontecem no continente, no leste e no norte da ilha”.
Cristina Barbosa, de João Pessoa (PB), relata: “na minha primeira brigada do jornal, encontrei muita gente olhando e vendi um jornal. No outro dia, o companheiro me perguntou quantos eu queria e eu respondi ‘o quanto você me der, eu quero’. Ele me entregou dez. Vendi todos e ainda ganhei um almoço no restaurante do último comprador. Vendi meu jornalzinho e ainda cheguei de bucho cheio”. Para ela, “vender o jornal é um compromisso com a luta que dá muita alegria de realizar”.
Segundo Carol Martins, de Belém (PA), “a venda do jornal na brigada requer persistência e sensibilidade. A primeira, para conversar com todas as pessoas ao redor, e a segunda porque muitas pessoas querem falar sobre suas vidas e suas trajetórias e, quando elas olham para o jornal, se enxergam ali”. Para chegar nessa compreensão, “o estado realizou pelo menos cinco plenárias para debater a importância do jornal, os métodos de trabalho, o aumento das cotas e a necessidade de incorporá-lo ao cotidiano da militância”, diz Carol. Isso deu o ritmo necessário para que a luta política tivesse efeito em todos os coletivos e para que o Pará se tornasse referência nacional nesse trabalho.
Carlos Silva, que é operário em São Paulo, relata que, na sua primeira brigada no trem, “apareceram muitos guardas na linha. Aí, o companheiro teve a ideia de fazer um teatro, fingindo que estava falando com alguém no telefone e, na encenação, a conversa dele era uma propaganda do jornal. Ele falava das matérias da edição enquanto a gente ia passando o jornal discretamente para os passageiros e seguir com o nosso trabalho”.
Fica claro que todas as experiências e aprendizados desenvolvidos nas brigadas permitem que sejam mobilizadas inúmeras formas de abordagem e divulgação, tornando, assim, o trabalho com o jornal uma verdadeira escola de formação que nos permitirá divulgar com mais vigor o socialismo e organizar mais pessoas nas fileiras de luta pelo socialismo.
Matéria publicada na edição nº283 do Jornal A Verdade.