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domingo, 22 de dezembro de 2024

Movimento Correnteza ajuda a reativar o Diretório Acadêmico do primeiro curso de Biblioteconomia da América Latina

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Sem gestão eleita desde 2020, o Diretório Acadêmico dos Estudantes de Biblioteconomia Mário Ferreira da Luz (DAEB) passou por eleições. Com uma importante votação, 93% dos estudantes elegeram uma chapa de luta para o diretório.

Leticia Gabriela Otero | Rio de Janeiro*


Vinda do curso técnico da Biblioteca Nacional, a graduação em Biblioteconomia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) é uma das mais antigas do mundo e a primeira em toda a América Latina, cuja inauguração consta da data de 1911. Porém, desde o ano de 2020 (por conta da pandemia) estava sem um Diretório Acadêmico eleito. 

O Diretório Acadêmico dos Estudantes de Biblioteconomia Mário Ferreira da Luz (DAEB) representa 4 cursos: no presencial, a primeira licenciatura da área no país (que ainda não possui regulamentação perante o Conselho Federal de Biblioteconomia) e os cursos de bacharelado matutino e noturno, além de uma única turma do ensino à distância (BibEAD), contabilizando quase mil estudantes ativos.

Composta por uma diretoria inteira de mulheres, a chapa eleita com 93,49% dos votos válidos conta com membros de todos os cursos presenciais, e se apresentam dispostos a interceder pela luta do recente curso à distância. A chapa única “Mercedes Ferreira Galvão: DAEB de luta, unidade para conquistar”, foi eleita mesmo com as dificuldades de o processo ter ocorrido ao final do período letivo e mais de 50% das aulas dos cursos presenciais estarem no formato remoto.

Com a desculpa de não haver espaço físico suficiente no Centro de Ciências Humanas e Sociais da UNIRIO, que abriga nove cursos em um prédio pequeno, no ano passado foi decidido aprovar uma portaria para que este centro, especificamente, tivesse uma continuação ilegal das aulas remotas (diferentes de EAD), mesmo após o término da pandemia, contrariando a decisão do MEC. Porém, esta portaria tem sido erroneamente utilizada por vários outros centros na universidade e o DCE luta para que as aulas voltem de forma 100% presencial.

Muitas das vezes, aulas que são ofertadas presencialmente, são transformadas em remotas no meio do semestre sem consentimento dos estudantes, que às vezes não tem nem uma forma de acessar a internet em suas moradias. Essa realidade dificulta o processo de ensino-aprendizagem, já que não existe uma metodologia para este modelo de ensino. Essa prática tem perturbado diversos estudantes e muitos trancam matérias, se atrasam em sua formação ou até mesmo evadem, contribuindo para o esvaziamento do espaço físico da universidade.

Os estudantes de biblioteconomia estão prontos para se somar às lutas do DCE e batalharem pelas demandas no curso com mais um diretório acadêmico de luta. Entre outras coisas, lutam por estágios supervisionados remunerados, melhor representação do curso à distância, canais de denúncia sobre assédios na universidade, uma reformulação do curso que tenha uma nova consulta acadêmica, disponibilização de transporte para aulas externas e a construção coletiva dos estudantes nos eventos da área, como o Encontro Nacional dos Estudantes de Biblioteconomia e Documentação (ENEBD), que será sediado pelo Rio de Janeiro em 2024.

Portanto, será fundamental que consigamos aprofundar essas pautas nesse próximo momento, somando o DAEB ao DCE e aos coletivos que compõem a universidade para barrar os projetos de sucateamento da universidade pública. Queremos um DA que seja representativo, dos estudantes, para que eles tenham esse reconhecimento e possamos tocar essas lutas na universidade e nas principais demandas, principalmente em termos de contratação de novos professores concursados, como vem acontecendo em diversas universidades Brasil adentro, como na USP, motivo principal da greve já noticiada anteriormente no Jornal A Verdade. 

Para uma universidade com cada vez mais participação estudantil e democracia para o nosso segmento, é preciso fortalecer as entidades estudantis, para reforçar a luta geral dos estudantes universitários e avançar nossas pautas.

*Militante do Movimento Correnteza na UNIRIO e estudante de Biblioteconomia

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