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quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Tarcísio promete R$1 bilhão para deputados que votaram pela privatização da SABESP

A proposta de privatização entregaria completamente o controle da SABESP e do acesso à água e esgoto dos paulistas para os acionistas sedentos por lucro das bolsas de valores.

Movimento Luta de Classes | São Paulo


BRASIL – Nesta quarta (6), na calada da noite, alguns poucos deputados e deputadas da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP) se reuniram para debater a privatização da SABESP e aprovar na surdina a privatização da empresa responsável pelos serviços públicos de saneamento básico e fornecimento de água no estado de São Paulo.

Fundada em 1973 como estatal, em 1997 a SABESP foi transformada em uma empresa de economia mista com capital aberto vendendo ações participativas na Bolsa de Valores de São Paulo e, a partir de 2002, na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE).

Em outubro de 2023, o governador do estado de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos), de orientação bolsonarista, enviou para a ALESP um projeto de lei para a privatização da SABESP. Vale lembrar que, entre janeiro e setembro de 2023, a SABESP gerou R$2,3 bilhões em receita líquida direta para o estado de São Paulo.

Dinheiro para os deputados, prejuízo para a população

Com a crise no funcionamento dos serviços públicos que foram privatizados no estado de São Paulo, o governo Tarcísio tem realizado uma ampla campanha mentirosa de propaganda antisindical e de discursos administrativo-econômicos que ignoram a qualidade de vida do povo do estado de São Paulo.

Exemplos dos resultados dos processos de privatização do abastecimento de energia elétrica do estado foram os apagões na capital paulista e pelo interior do estado – sob responsabilidade das empresas concessionadas CPFL e da ENEL. Também são os aumentos de problemas técnicos e a falta de investimentos nas linhas de metrô e trem concessionados à empresa CCR.

“Com o avanço das mudanças climáticas, querer privatizar a água, algo tão fundamental, principalmente tendo em vista o resultado das privatizações recentes no transporte público e na energia elétrica e negociar o acesso do povo à água com a sede de lucro de acionistas na Bolsa de Valores é uma política genocida que diz respeito ao governo bolsonarista que assumiu em São Paulo. A SABESP é uma empresa pública que cumpre um papel fundamental no nosso estado, “, declarou Vivian Mendes, presidenta estadual da Unidade Popular pelo Socialismo em São Paulo.

Além disso, por intermédio da presidência da ALESP, foram distribuídos R$73 milhões em emendas parlamentares aos deputados. Somando isso, o Secretário de Governo e Relações Institucionais do Estado de São Paulo Gilberto Kassab (PSD) anunciou que serão disponibilizadas R$11 milhões por deputado para indicações de gastos feitos de forma direta para o governador. No entanto, o valor cai pela metade se o deputado não se comprometeu com o voto pela aprovação da privatização da SABESP.

Existem ainda, na esfera da ALESP, promessas de distribuições de ainda mais emendas para os deputados que votarem favoráveis a privatização com valores que podem chegar a R$20 milhões por deputado, o que resultaria numa soma maior que R$1,2 bilhão se a proposta for aprovada.

“A privatização da SABESP é um verdadeiro crime contra o povo. Tarcísio está comprando votos da base aliada para aprovar o projeto na calada da noite e beneficiar os acionistas. Não vamos permitir!”, relatou Isis Mustafa, 1ª Vice-Presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e militante da União da Juventude Rebelião (UJR).

Estudantes e trabalhadores realizaram diversas greves e manifestações em defesa da SABESP pública e do acesso à água para o povo (Foto: Laura di Lua/ A Verdade).

A privatização da SABESP irá colocar sobre o controle direto de acionistas especuladores a vida do povo paulista e muito dos cuidados com o meio-ambiente no estado. Em termos comparativos, um levantamento feito pela Assemae – associação que reúne as companhias públicas municipais de saneamento –  em 2021, mostrou que das dez tarifas mais caras do país, quatro são de empresas privadas.

A mais cara é de uma empresa privada, com o custo de R$9,49 por metro cúbico de água na área de concessão da Prolagos, no estado do Rio de Janeiro, um valor que é quase o dobro da tarifa domiciliar cobrada pela SABESP.

“O que estamos acompanhando hoje é o assalto ao patrimônio do povo de São Paulo. Após o governador Tarcísio liberar milhões em verbas parlamentares, a base do governo tenta aprovar de qualquer jeito ainda hoje a PL que autoriza a privatização da SABESP”, relatou Marcelo Viola, diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, o SINTAEMA.

“Hoje o povo deu um show de democracia popular e lotou as galerias da ALESP para protestar contra as privatizações da SABESP. A pressão foi enorme contra os deputados privatistas e a defesa da água como bem imaterial do povo saiu fortalecida. Amanhã a luta será maior! Precisamos pressionar para que o plebiscito que votou massivamente contra as privatizações seja reconhecido oficialmente” disse Ricardo Senese, metroviário e coordenador do Movimento Luta de Classes (MLC).

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  1. NÃO a privatização DÁ SABESP. VAMOS PRA CIMA NÃO deixem PRIVATIZAR. ENTRA com Mandato institucional no STF PARA BRECAR ESSA ROUBALHEIRA NA alesp. Esse PRESIDENTE da Alesp é um Safado.

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