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quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

Movimento de mulheres organiza ato em Búzios contra o feminicídio de Florencia Aranguren

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Em protesto contra mais um caso de feminicídio em Armação dos Búzios (RJ), o movimento de mulheres organizou um ato no centro da cidade como forma de denúncia contra o descaso com a segurança das mulheres por parte da prefeitura.

Redação RJ


MULHERES – Na última quarta-feira (6), o corpo da artista Florencia Aranguren, de 31 anos, foi encontrado na trilha que dá acesso à praia de José Gonçalves, em Armação dos Búzios. A vítima foi localizada com marcas de facadas no pescoço e na nuca. O suspeito foi preso em flagrante logo na manhã do assassinato com marcas de sangue em sua bermuda. 

O homem havia pulado o muro de um condomínio próximo para tentar se lavar e se livrar das manchas de sangue pelo corpo.  O cachorro Tronco, que pertencia a Florência e a acompanhava na trilha para ir à praia, logo identificou o suspeito quando o mesmo voltou na cena do crime. A polícia ainda espera os resultados do exame do sangue na roupa do suspeito, mas tudo indica ser de Florencia.

Longo histórico de casos de feminicídio na cidade

O feminicídio de Florencia, jovem argentina que estava morando na cidade a apenas 3 dias, expõe um histórico de casos como esse que se intensificaram nos últimos anos. No último mês, o corpo da jovem Thays Braga foi encontrado mutilado no bairro da Maria Joaquina. 

No mesmo ano, a jovem Ana Carolina Santos, de apenas 18 anos, foi encontrada morta na estrada do Agrisa quando ia para o seu trabalho em São Pedro da Aldeia. E esse tem sido o triste fim de diversas mulheres na cidade, como foram os casos de Pâmela Carvalho, Leonor America, Marilda Soares e tantas outras.

Movimento organiza protesto

Em decorrência deste histórico, o Movimento de Mulheres Olga Benário organizou um ato no centro da cidade na última sexta (8) que teve início às 14:00, para protestar contra os casos de feminicídio e cobrar medidas efetivas por parte do poder público, mais especificamente da prefeitura da cidade, para a solução dos casos e proposição de políticas públicas eficazes de combate a violência contra a mulher.

O ato teve como palavra de ordem principal a frase : “A violência contra a mulher não é o mundo que a gente quer” e se concentrou em três locais específicos e importantes para o centro da cidade: Prefeitura, Praça Santos Dumont e a famosa Rua das Pedras.

Em uma cidade altamente turística e paradisíaca, com inúmeros recursos públicos sendo destinados a festivais e eventos localizados no centro da cidade – e que muitas vezes atendem a demanda de uma determinada parcela da população mais rica – a luta por uma cidade mais segura para as mulheres também é uma luta para definir para onde vai o orçamento da cidade: se é para o benefício de uma classe abastada ou se beneficia a parcela da população que realmente sustenta a cidade com seu trabalho.

 

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