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sábado, 16 de novembro de 2024

CA de Letras da UFMT encerra gestão com lutas vitoriosas para os estudantes

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Chega ao fim a gestão do CALET – UFMT que conquistou importantes vitórias dirigido pelo Movimento Correnteza, demonstrando que um Centro Acadêmico organizado e combativo pode avançar a luta estudantil.

Ana Pistori | Cuiabá


JUVENTUDE – Com a pandemia do coronavírus, o Centro Acadêmico de Letras na UFMT foi desmobilizado. Nesse período, houveram diversas perdas para a representação estudantil no curso: desde a falta de representação discente nos conselhos do departamento até a perda da sala de vivências. 

Em meados de setembro de 2022, os estudantes dos cursos de Letras Espanhol, Inglês, LIBRAS, Francês e Literaturas se mobilizam para eleger uma nova diretoria para o CALET. Uma chapa composta por mulheres assume as lutas dos cursos de letras e retoma a representatividade estudantil no bloco. 

Sala de Vivências: Um direito histórico dos estudantes de Letras

A luta por um espaço de lazer, de integração sócio emocional e de descanso foi travada historicamente pelas últimas gestões do CALET na UFMT. Em 2019, a gestão da época conseguiu o primeiro avanço: a aprovação desse direito no colegiado e na congregação (instâncias burocráticas). Entretanto, antes que fosse possível dar prosseguimento ao processo, houve a pandemia. 

Assim, por volta de outubro de 2022, assumiu uma nova direção para o CALET, que levou a cabo a missão de conquistar a Sala de Vivências. Em agosto de 2023, os estudantes de letras conquistaram a sala, por meio de um abaixo-assinado com cerca de 100 assinaturas.

Atualmente, o CALET conta com o patrimônio de armários, de uma geladeira, um microondas, diversos livros e muitos outros materiais. Essas conquistas partiram da luta política dos estudantes e da organização de uma direção do Centro Acadêmico que atuasse de modo coeso na mobilização estudantil! 

Cultura e Lazer nos cursos de Letras

Desde de 2022, quando foram retomadas as atividades presenciais na UFMT, o anseio geral dos estudantes era o retorno das atividades culturais e de atividades de lazer no Instituto de Linguagens. Esse processo demorou um tanto para ser construído, visto que o abandono estrutural do bloco foi um obstáculo para a realização dessas atividades.

Nesse sentido, foi urgente que a direção do CALET voltasse seu olhar para essa demanda estudantil. Para isso, surgiu o Bazar de Livros do CALET, que além de ser uma política de autofinanciamento essencial para a entidade, foi a inauguração dos projetos culturais da nova direção do CA de Letras. Essa atividade foi muito feliz, pois permitiu uma arrecadação bastante positiva e permitiu o acesso aos livros teóricos mais raros do curso.

Além disso, um importante avanço desse último período, foi a quantidade de eventos culturais organizados pelos estudantes de Letras. Desde os cursos, saraus e cine debates do SARART, passando pela Recepção de Calouros, desaguando na Confraternização de Halloween e chegando na Resenha do CALET. Esses e outros eventos realizados nesse período demonstraram a importância da integração dos estudantes do bloco. 

Isso porque os estudantes das licenciaturas, de modo geral, apesar de contarem com sucateamento completo, entendem e estudam continuamente que a aprendizagem não acontece apenas no contexto da sala de aula. Portanto, o saguão do IL precisa estar pintado de povo, ambientando as mais diversas manifestações culturais. Que sejam realizados o dobro de eventos no próximo período!

Mobilização política dos estudantes de Letras ao sucateamento na UFMT

Entra governo, sai governo, as políticas orçamentárias para a educação são freios para o desenvolvimento de ciência, tecnologia e extensão nas universidades federais. A educação não é prioridade de investimento do Estado brasileiro. Em 2022, apenas 2,7% do orçamento executado era para os investimentos na Educação, enquanto 46,3% foi para os juros da dívida pública, enriquecendo ainda mais os banqueiros e poderosos.

Na UFMT, o processo não é diferente do restante do Brasil. Esse sucateamento impacta diretamente na vida dos estudantes da UFMT. Em março de 2023, houve a ameaça de corte de cerca de 400 bolsas de permanência estudantil e a ameaça de aumento no valor da refeição do R.U. Nesse sentido, o CALET e outros centros acadêmicos, junto com o Movimento Correnteza, construiu a ocupação da guarita e da reitoria da UFMT. 

Esse conflito pautava a recomposição orçamentária e a revisão do Plano Orçamentário da universidade. E os frutos dessa grande mobilização fizeram com que os estudantes conquistassem o aumento dos auxílios permanência. 

Nesse sentido, construir uma entidade de base como um Centro Acadêmico ou como o Diretório Central dos Estudantes, possibilita estar na linha de frente do planejamento e da execução de ações políticas que prezam pela qualidade da educação pública. 

Por meio da luta política no Centro Acadêmico de Letras na UFMT, foi possível conquistar mais protagonismo para os estudantes do curso na extensão, na produção de ciência e de cultura no Instituto de Linguagens. Essa é a importância de se organizar no Movimento Correnteza, que é a força que tem arrastado pelo exemplo centenas de pessoas.

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