UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

domingo, 22 de dezembro de 2024

Lia de Itamaracá completa 80 anos de muita luta, resistência e cultura

Outros Artigos

Maria Madalena Correia do Nascimento, conhecida como Lia de Itamaracá, celebra 80 anos como referência na cultura popular brasileira. Seus 80 anos são um testemunho de resistência e amor pela cultura popular.

Clóvis Maia | Redação PE


CULTURA – Nascida como Maria Madalena Correia do Nascimento, Lia de Itamaracá completou 80 anos no dia 12 de janeiro com muita disposição, energia e exemplo de luta para a nossa cultura popular brasileira. Cantora, compositora, intérprete e agitadora cultural, Lia se declara em suas redes sociais como uma “preta, cirandeira e nordestina” e mesmo tendo recebido o título de Patrimônio Vivo da Cultura Pernambucana e inúmeros prêmios ao redor do mundo, Lia mantém modéstia e serenidade, vivendo na ilha onde nasceu, cresceu e se firmou como uma das maiores representantes da música negra mundial. 

História de luta

Lia nasceu em 1944, filha de um agricultor e de uma empregada doméstica. Ainda muito jovem, já participava das rodas de Coco e Ciranda na Ilha de Itamaracá, Litoral Norte pernambucano que tem o sugestivo significado, derivado da língua Tupi, de “Pedra que Canta”. Nos anos 60, Lia já era conhecida por suas composições, apesar de só ter gravado seu primeiro disco – o qual sequer obteve apoio por parte de gravadoras e outros meios da época – em 1977.

Intitulado “A Rainha da Ciranda”, seu primeiro trabalho independente foi lançado no auge da Ditadura Militar enquanto sofria com os limites de ser uma mulher negra e artista.

Interessante registrar que Lia, mesmo não tendo parado com suas composições, só veio a ser reconhecida musicalmente em 1998, após se apresentar no Festival Abril Pro Rock. Até então, ela trabalhava como merendeira em uma escola pública da Ilha, profissão essa que ela só veio a deixar no ano de 2008, quando já era reconhecida pelo mundo todo. 

Em 2002, ela gravou seu primeiro CD, intitulado “Eu sou Lia”. Além de merendeira, também exerceu a função de recepcionista na Ilha, onde o turismo exerce forte influência econômica local. 

Cantora de Coco, Ciranda e Maracatu, Lia escreve sobre o amor, sobre a vida das mulheres trabalhadores e sobre a arte popular. Após ter recebido inúmeros prêmios e homenagens no Brasil e no mundo, a Doutora Honoris Causa pela sua contribuição pelo trabalho cultural em nosso país segue como um verdadeiro exemplo de resistência e amor pela arte. Lia é cantada em músicas, foi tema de filmes e segue mostrando que a arte é popular, vem do povo e transforma. Viva os 80 anos de Lia de Itamaracá. 

Conheça os livros das edições Manoel Lisboa

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Matérias recentes