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sábado, 27 de abril de 2024

DCEs de universidades federais do RJ vão à Brasília por mais orçamento na educação

Caravana rumo a Brasília reuniu cerca de 40 estudantes de todas as universidades federais do Rio de Janeiro e representantes de instituições técnicas do estado reivindicando mais orçamento destinado à educação. A ação é um marco histórico da unidade de luta dos estudantes.

Nina Musse | Rio de Janeiro


No último dia 21 de fevereiro, uma caravana partiu do Rio de Janeiro rumo a Brasília, reunindo cerca de 40 estudantes dos Diretórios Centrais dos Estudantes da UFRJ, UFF, UFRRJ, UNIRIO, CEFET e representantes do Colégio Pedro II, IFRJ e UERJ. Essa unidade se formou para barrar os novos cortes no orçamento da educação previstos para o ano de 2024. Com essa caravana à Brasília, os estudantes e DCEs presentes conseguiram ainda uma reunião com representações das secretarias de Educação Superior (Sesu) e de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) do Ministério da Educação.

Segundo nota da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES), seria necessário mais de R$2,5 bilhões para manter as universidades funcionando plenamente no ano de 2024. Entretanto, a situação que vivemos é bem diferente: o montante aprovado pelo Congresso Nacional é ainda menor que o do ano passado, com uma redução de R$310 milhões.

Enquanto isso, na véspera do retorno às aulas, o que se encontra é a consequência de anos do sucateamento das instituições federais: tetos caindo, fios pegando fogo, prédios em desuso, falta de estrutura nos banheiros, baixa contratação de professores, causando atraso na formação dos estudantes, e bolsas de iniciação científica sendo cortadas. O que encontramos são políticas que cada vez menos dão conta de garantir a permanência dos filhos do povo nas universidades.

Como reforça Thainá Dias, estudante de história da UFRJ e secretária geral da UEE-RJ pelo Movimento Correnteza: “Nós, estudantes do Rio de Janeiro, estamos cansados de ver nossas universidades cada vez mais sucateadas. São anos de luta do movimento estudantil por um orçamento justo para educação, mas é a primeira vez que os DCEs do estado se reúnem para levar as demandas das universidades diretamente ao governo federal.”

Estudantes conquistam reunião no Ministério da Educação em Brasília. Foto: Lucas Normande (JAV/RJ)

Alexandre Borges, estudante de Letras e coordenador geral do DCE Mário Prata da UFRJ, completa: “Nossa caravana levou 40 representações do movimento estudantil combativo do nosso estado para pressionar o governo que diz que ‘A educação voltou’, mas que pouco fez para reestruturar nossas universidades. Foi uma atividade vitoriosa porque colocou o M.E. do Rio de Janeiro na ofensiva e na disputa dos rumos do PAC, que deve ser anunciado no dia 07 de Março. Além disso, fortaleceu a unidade entre os movimentos que têm disposição para lutar. Voltamos para o Rio com a tarefa de organizar milhares de estudantes em defesa do orçamento e radicalizar a luta a nível nacional.”

Essa experiência de luta deve incendiar o movimento estudantil do país, os Centros Acadêmicos e DCEs de norte a sul devem construir uma jornada de lutas ao lado dos sindicatos de trabalhadores e professores, exigindo mais verbas para o orçamento da educação.

É o que defende Letícia Scalabrini, diretora de acesso ao ensino superior da UNE pelo Movimento Correnteza: “A principal pauta do movimento estudantil de norte a sul do país é a recomposição orçamentária e esse espaço de abertura de diálogo com o MEC deve servir para promover um debate consequente que possibilite a mudança do cenário atual da educação pública e que garanta o acesso dos estudantes ao diploma.

A luta por uma educação pública, gratuita e de qualidade permanece. Todas as representações presentes na caravana voltaram ao Rio de Janeiro com o compromisso de mobilizar os estudantes, em cada universidade, para juntos pressionarmos o governo federal e câmara.

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