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segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

Metalúrgicos de Cascavel denunciam falta de segurança e descumprimento de acordos coletivos

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Relatos de trabalhadores da indústria metalúrgica da cidade de Cascavel, Paraná, indicam que as empresas colocam a vida de seus funcionários em risco ao negligenciar normativas de segurança, além de outras irregularidades. 

Núcleo UP Cascavel


BRASIL – Cascavel foi considerada uma das 11 cidades que mais geraram empregos no Paraná em 2023, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, CAGED, divulgados pelo IBGE. Mesmo durante a pandemia, a cidade não freou o aumento de seus postos de trabalho, crescendo 12,3% em 2020, enquanto São Paulo, por exemplo, registrou queda de 1,9%. No final de dezembro do ano passado, por exemplo, teve um saldo positivo de 2.031 empregos formais.

No entanto, tal crescimento, não se refletiu na qualidade de vida da grande maioria desses mesmos cidadãos. Em relato ao Jornal A Verdade, um trabalhador da indústria metalúrgica, que preferiu não se identificar, denunciou incontáveis violações de direitos e precarização de sua categoria. 

Lucro está acima da segurança do trabalhador

Acordos sindicais e leis trabalhistas são constantemente deixados de lado para atingir os interesses do lucro e do capital. Entre os abusos mais gritantes estão os descumprimentos das Normas Reguladoras 6,12 e 35, que definem as regras que garantem a segurança e a saúde dos trabalhadores, e da Convenção coletiva definida pelo sindicato da categoria. 

Especialmente importantes para o setor metalúrgico, essas normas reguladoras tratam de temas relacionados ao uso de equipamentos de proteção individual (EPI), à segurança no trabalho em máquinas e equipamentos e à gestão de resíduos industriais. 

Denúncias indicam que a negligência das empresas são inúmeras, principalmente envolvendo a falta do fornecimento de EPIs necessários (NR 6), funcionários que não recebem treinamento e EPI para manuseio de máquinas rotativas (NR 12) e falta de planejamento de segurança para atividade em altura (NR 35). 

Os relatos apontam que muitas empresas sequer possuem técnico de segurança atuando e não realizam a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho), que tem como função notificar a Previdência Social sobre as ocorrências e garantir a assistência ao trabalhador. 

Qualidade de vida é direito do trabalhador

De acordo com a Convenção Coletiva da classe, o pagamento pela jornada nos domingos e feriados deve ser de 150%, porém muitos relatam que as empresas pagam apenas 100%. 

Ainda mais grave, os trabalhadores denunciam que as empresas não disponibilizam a cópia do cartão ponto aos trabalhadores. Isso gera conflitos com os gestores e não permite que o trabalhador tenha controle das suas horas trabalhadas. 

Estes relatos mostram que no capitalismo, os patrões sempre vão priorizar seus lucros à qualidade de vida, segurança e direitos de seus funcionários. Nesse sistema, a classe dominante tem acesso ao banquete, enquanto a população que trabalha, às migalhas.

É vergonhoso que seus governantes se vangloriem dos “resultados e melhorias” anunciando Cascavel como “a segunda melhor cidade do Brasil” enquanto seus cidadãos, os verdadeiros responsáveis por sustentar tal crescimento com seu próprio suor, não podem usufruir do que produzem.

Para derrotar este modelo falido e construir uma nova sociedade, na qual todos os trabalhadores tenham pleno acesso à riqueza que geraram, é preciso organizar a nossa classe. Apenas com luta, com greves e com a nossa organização será possível construir a revolução socialista que vai emancipar o nosso povo e dar a ele a vida digna que merece.

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