Em operação deflagrada hoje (08/02), a Polícia Federal decretou a prisão dos assessores do ex-presidente Jair Bolsonaro Felipe Martins, Marcelo Câmara, Rafael Martins e Bernardo Correa Neto, os três últimos membros das Forças Armadas. Também houve ações de busca e apreensão nas casas dos generais Braga Netto e Augusto Heleno, além de outros militares e civis aliados do ex-capitão fascista.
Redação
BRASIL – A operação “Tempus Veritatis” (Hora da Verdade, em latim), deflagrada pela Polícia Federal por ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes, apertou o cerco contra a organização criminosa responsável por organizar um golpe de Estado no Brasil, em 8 de janeiro do ano passado, para manter o fascista Jair Bolsonaro no poder. As provas até agora recolhidas pela polícia, junto com a delação do coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, foram determinantes para a operação.
A ação da PF tem como objetivo continuar a coleta de provas dos crimes realizados pela quadrilha de Bolsonaro. Até agora, a Polícia Federal conseguiu comprovar que o golpe do 8 de janeiro estava sendo orquestrado, pelo menos, desde julho de 2022. Ainda antes da campanha eleitoral, o general Heleno, com apoio de Bolsonaro, planejou colocar espiões da Abin dentro das campanhas eleitorais da oposição e, segundo as provas, falou da necessidade de “virar a mesa” antes das eleições.
Com a derrota eleitoral, em outubro de 2022, Bolsonaro passa a arquitetar formas de subverter o resultado eleitoral. Aí entra a figura de Felipe Martins, que, segundo a polícia, teria apresentado uma minuta de decreto de golpe de Estado que previa a prisão dos ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, além do presidente do senado Rodrigo Pacheco.
General do Exército prometeu colocar tropas nas ruas para dar golpe
Em outro ponto da decisão de Moraes, foram revelados planos e diálogos dos investigados que apontam que o chefe do Comando de Operações Terrestres, general Estevam Teophilo, havia prometido a Bolsonaro colocar tropas nas ruas em caso da decretação do golpe pelo presidente fascista. O Comando de Operações Terrestres é responsável pelo Batalhão das Forças Especiais do Exército, sediado em Goiânia, os chamados “Kids Pretos”.
Segundo a investigação, esses militares seriam utilizados para colocar em prática o plano golpista de prender autoridades e anular o processo eleitoral. Após a vitória de Lula (PT), o alto comando do Exército tentou nomear Mauro Cid justamente para o comando destas tropas especiais, em mais uma prova que os generais estavam até a alma envolvidos na tentativa de golpe.
Prisão dos golpistas é urgente
A operação de hoje prova, mais uma vez, que a articulação golpista é muito mais profunda e vai muito além de um pequeno grupo ligado a Bolsonaro e sua família. Na realidade, altos oficiais militares, funcionários do governo, falsos líderes religiosos e vastos setores da burguesia ligada ao agronegócio e de igrejas fundamentalistas estavam todos mancomunados para impor uma nova ditadura no país.
Diante da abundância de fatos, é fundamental a prisão imediata de todos os generais golpistas e mais, pois é evidente que não é possível confiar nas Forças Armadas e na Abin. É preciso a demissão completa de todos os comandantes das forças, a extinção da Abin e a dissolução de todos os batalhões e comandos militares envolvidos no golpe.
Apenas com a prisão e desarmamento completo dos fascistas e a permanente mobilização popular é possível acabar com a chance de golpe que segue rondando o Brasil.