Conceição Evaristo é a primeira mulher negra a assumir uma cadeira na Academia Mineira de Letras

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No ultimo dia 08 de março, após ter sido eleita em 15 de fevereiro de 2024, Conceição Evaristo tomou posse como imortal da Academia Mineira de Letras – AML, numa cerimonia que resgatou o papel da mulher, Conceição recebeu das mãos do filosofo e ambientalista, também membro da AML, Ailton Krenak o seu distintivo.

Indira Xavier | Redação


CULTURA – Maria Conceição Evaristo de Brito nasceu na extinta favela do Pindura Saia, na região centro-sul de Belo Horizonte, em 29 de novembro de 1946. Na década de 1970, após ter se formado no curso Normal, conciliado o trabalho como empregada doméstica e estudante, forma-se e se muda para o Rio de Janeiro, para cursar Magistério e, posteriormente Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ.

Renomada escritora contemporânea, Evaristo é autora de poemas, romances, ensaios e contos, tais como Olhos D’Água, pelo qual recebeu em 2015 o Prêmio Jabuti na categoria. Em 2019, foi a principal homenageada pelo Prêmio Jabuti na categoria personalidades literárias. 

Conceição passa a ocupar a cadeira de numero 40 da AML, sendo a décima mulher a ocupar o espaço e a primeira mulher negra em 115 anos de existência da Academia a figurar entre seus imortais. Sobre isto declarou, “há alguma coisa para se arrumar na sociedade brasileira para que não seja mais uma exceção uma mulher negra chegar na Academia Mineira de Letras ou em outras Academias ou em outros espaços de poder”.

Sua primeira publicação se deu em 1990 e, hoje suas publicações tais como Ponciá Vicêncio, Becos da Memoria, Insubmissas Lagrimas de Mulheres, entre outras obras suas já são traduzidas em diversos idiomas tais como o espanhol, francês, inglês, italiano, entre outros.

Tendo sido eleita com 30 dos 34 votos para a cadeira, em seu discurso de posse observou, “tenho dito que a literatura me persegue desde as entranhas de mulheres subalternizadas de minha família. São as mulheres que me colocaram aqui”.

Por tudo isso é que Conceição sempre afirma, “a nossa escrevivência não pode ser lida como história de ninar os da casa-grande, e sim para incomodá-los em seus sonos injustos”.